No coração do governo, Centrão não se contenta e quer poder sobre o Orçamento

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Insaciável, bloco que sustenta Bolsonaro quer cada vez mais poder no governo

A recriação do antigo Ministério do Planejamento virou ponto de disputa no governo federal, com o Centrão sendo o principal interessado. O bloco ganhou espaço no governo Bolsonaro com a indicação de Ciro Nogueira (PP-PI) para o comando da Casa Civil, mas quer mais, travando uma disputa de poder com o Ministério da Economia. As informações são do jornal Estado de São Paulo.

Depois de permitir que o Centrão demarcasse território para si por meio das chamadas emendas de relator, formando um orçamento paralelo sem controle, as lideranças dos partidos que formam o bloco de apoio ao presidente Jair Bolsonaro querem mesmo é ampliar os domínios sobre a Secretaria de Orçamento Federal, a SOF.

A pressão é grande e ocorre em um  momento é delicado, uma vez que  falta um pouco mais de um mês para o envio do projeto de Orçamento de 2022. É nessa hora que o bicho pega na Esplanada para definir quem pode ganhar mais espaço no Orçamento do ano que vem, tempo de eleições em que as verbas precisam ser liberadas mais rápido no primeiro semestre em razão das restrições da Justiça Eleitoral e do próprio calendário da campanha. A gula aumentou como se viu no episódio do aumento dos recursos para o fundão.

Parlamento

Após oficializar a ida de Ciro Nogueira (PP-PI) para o comando da Casa Civil,  Bolsonaro teceu elogios na manhã desta quarta-feira (28) ao novo ministro – e voltou a sinalizar que a indicação é um movimento para melhorar o diálogo entre o governo e o Parlamento brasileiro. “Trouxe pra dentro da Presidência o ministério mais importante nosso, que é o da Casa Civil, com Ciro Nogueira, homem adequado para conversar com o Parlamento”, disse o chefe do Executivo à Rádio Cidade Luis Eduardo Magalhães, da Bahia.

A entrada de Nogueira na Casa Civil concretiza a aproximação do Executivo com o Centrão, bloco mais fisiológico da política nacional. Para que o senador pudesse ocupar o cargo, o então chefe da pasta, general Luiz Eduardo Ramos, teve que sair, sendo realocado para o cargo de ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

‘Nota 9’ para Ramos

Bolsonaro tentou justificar a troca. Com elogios a Ramos, o presidente afirmou que faltava ao auxiliar conhecimento para dialogar com parlamentares, e que Nogueira seria mais adequado para o cargo.

“General Ramos é uma pessoa nota 9, ele não é 10 porque falta pra ele um pouco de conhecimento para melhor conversar com parlamentar. É a mesma coisa eu querer o Ciro Nogueira converse com o alto comando das Forças Armadas. Ele não sabe conversar de forma adequada, vamos assim dizer”, disse Bolsonaro, que ressaltou que apesar de hoje atuar no Senado, Nogueira já foi deputado, e que ambos têm uma relação de amizade. “Teve seis mandatos de deputado federal e foi meu companheiro de Casa por muito tempo”.

Com perspectivas positivas para o novo comando da Casa Civil, Bolsonaro afirmou ter “certeza” de que Nogueira tem condições para melhorar a pasta. “Tendo em vista que nós temos que conversar com o Parlamento brasileiro, nada melhor do que um senador experiente”, afirmou.

2022

Às vésperas de apresentar uma live na qual promete exibir provas de inconsistências da urna eletrônica, marcada para esta quinta-feira (29), Bolsonaro voltou a ameaçar a democracia. De acordo com o presidente, que agora tenta emplacar o nome “voto democrático” no lugar de “voto auditável” para o voto impresso, quem está contra a implementação do sistema, está contra a democracia.

Desde que as críticas ao seu governo começaram a crescer e pesquisas começaram a registrar sua queda de popularidade, Bolsonaro tem aumentado o tom afirmando que, sem o voto impresso as eleições do ano que vem podem ser fraudadas para beneficiar seu adversário político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva . Sem apresentar provas, Bolsonaro tem declarado que membros do Supremo Tribunal Federal (STF) estariam articulando para colocar o petista na cadeira presidencial através de fraude.

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