A evolução humana e a disseminação dos humanos pelo mundo foram temas exploradas ao longo dos anos pelo trabalho do cientista sueco.
Pääbo também descobriu que a transferência de genes ocorreu desses hominídeos agora extintos para o Homo sapiens (a espécie à qual pertencemos) após a saída migratória humana da África há cerca de 70.000 anos, uma informação importante que ajuda a entender como o mundo era povoado nessa época.
O comitê afirmou que o trabalho Pääbo fornece a base para explicar o que nos torna exclusivamente humanos. — Foto: The Nobel Prize/Divulgação
Como o DNA (a molécua de de informação genética de um organismo) se modifica quimicamente e se degrada em pequenos fragmentos ao longo do tempo, identificar o genoma desses ancestrais humanos não foi uma tarefa fácil.
O cientista sueco teve que utilizar métodos genéticos modernos e analisar o DNA de mitocôndrias de neandertais (pequenas estruturas encontradas em células e que são responsáveis pela produção de energia) de um pedaço de osso de 40.000 anos.
Como o genoma mitocondrial contém uma fração da informação genética da célula, Pääbo conseguiu então sequenciar, pela primeira vez, uma região do DNA de um ancestral humano extinto.
Esses resultados mostraram que os neandertais têm características distintas que não são encontradas encontradas em humanos modernos e chimpanzés.
Ainda de acordo com o comitê, o cientista levou a láurea de Medicina deste ano porque essas descobertas são fundamentais para o entendimento de como o nosso sistema imunológico reage a infecções.
Isso porque a paleogenética revela como a sequências de genes ancestrais de nossos parentes extintos influenciam o funcionamento do corpo humano.
Na população tibetana de hoje em dia, por exemplo, um certo tipo de gene (EPAS1) encontrado entre os hominídeos de Denisova há 50 mil anos confere uma vantagem de sobrevivência em grandes altitudes e é bastante comum entre os tibetanos.
VOZ DO PARÁ com informações do G1