O Brasil asfixiado no camburão

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Polícia mira em classe pobre e trabalhadora

Execução por meios torturantes em praça pública. Não há melhor definição para o assassinato sumário cometido pela Polícia Rodoviária Federal, ou pelo menos por seus agentes atuantes naquela abordabem, contra Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, dia 24 de maio de 2022 em Umbaúba-Sergipe-Brasil.

Fala-se de falha técnica na abordagem. Falha técnica uma ova! Aquilo se chama assassinato a sangue frio. Desrespeito com pessoas pobres, com pessoas que têm a cara do trabalhador e da trabalhadora brasileiros.

Cogitaria-se falha técnica caso houvesse algum risco para a polícia. Mas que diabos de risco uma pessoa algemada e amarrada representa? Uma pessoa que transita sem capacete representa qual risco, além daquele para si mesmo? Quem representa risco na situação desta barbárie perpetrada por agentes estatais de segurança?

Mesmo representando risco!

Ademais, não se trata de fato isolado, ou se esquece que 25 pessoas foram sumariamente assassinadas, 3 dias antes, naquela outra operação policial na Vila Cruzeiro, no Rio?

Quem está em risco?

A polícia, ou a sociedade?

Ou a parte trabalhadora, preta, pobre e de periferia de nossa população?

O assassinato brutal cometido por aqueles policiais foi filmado e quase que transmitido ao vivo.

Mesmo assim, eles tiveram a desfaçatez de afirmar que Genivaldo de Jesus Santos foi prontamente atendido quando “começou a passar mal” na viatura policial, e que teria sofrido um “mal súbito”!!!

Dá pra acreditar na versão da polícia desse jeito?

E quando não é filmado? E quando só se sabe da história pelo boletim de ocorrência? E quanto aos mortos da Vila Cruzeiro, de Jacarezinho, e quanto aos “autos de resistência à prisão”?

Quem está em perigo?

Não dá pra não relacionar estes fatos com as falas fascistas de Bolsonaro e todos aqueles que exaltam a polícia.

A impressão é que, na surdina, o braço armado do Estado funciona para torturar e assassinar.

Não dá pra não relacionar com o fato do estudo sobre Direitos Humanos ter sido banido dos cursos de formação da Polícia Rodoviária Federal no governo Bolsonaro.

O fascismo sai do armário quando tem guarida em praça pública, quando é incentivado e aplaudido pela Presidência da República.

Não dá pra não relacionar a barbárie com a escolha que faremos em outubro de 2022.

Não vote no fascismo, chega de chacinas, chega de assassinar a classe trabalhadora. (por Marcel Farah)

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