Mergulhados em meio de um dos mais significativos momentos da nossa história contemporânea e que, seguramente, ficarão registrados para estudo dos importantes momentos históricos da humanidade, nas futuras gerações, juntamente com o Tratado de Versalhes, Crash da Bolsa de Nova York, Segunda Guerra Mundial, o homem na Lua, Revolução Comunista na China, revolução Islâmica no Irã e queda do muro de Berlim, o mundo vive, ao mesmo tempo, pelo menos duas grandes crises, a saber: uma pandemia causada pelo SARS-CoV-2 e uma recessão mundial. Estes dois fenômenos juntos apontam para tempos duros, à medida que não se vislumbra, ao menos a curto prazo, um remédio que cesse o mal e com isso iniba as suas consequências danosas à saúde e ao bolso.
O Instituto de Pesquisa Econômica Avançada, IPEA, prevê um cenário de impactos na economia mundial, para o secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE ou Clube dos Países Ricos, Angel Gurria, o panorama é mais nebuloso e o mundo demoraria anos para se recuperar.
Diante dessas realidades, a pergunta que fazemos é: como ficará o mundo neste ambiente de tantas incertezas? Lembro de Saint-Exupéry quando afirmava que ” A terra ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os livros. Porque ela nos resiste”. Entendo que Somos parte integrante de ambiente hostil e, justamente por isso, constantemente estaremos agindo e reagindo sobre as diversas realidades que caracterizam o mundo natural e o mundo inventado.
Certo é que neste cipoal de antagonismos, pesos e contrapesos, possibilidades de sobrevivência, certeza da morte e luta pela vida devo ater-me à pergunta acima e nela inferir ideias que possam contribuir para a resposta ou respostas. Tentarei afastar da síndrome da bola de cristal ao pisar com pés de ferro o mundo dos homens. O futuro – a história autoriza prospectar – será um locus onde a frieza das equações e resultados econômicos e sociais somente encontrarão algum calor se se considerar a saúde e ambiente humano inseridos em processos relativos à segurança sanitária e ambiental. Poderia dizer que isso já é fato pacificado nas relações internacionais e, até mesmo internamente. Não é. A todo momento autoridades costumam insurgir contra um maior rigor em relação às florestas, à procedimentos de cuidado à saúde e às normatizações ambientais de ordem mais severas. Isso porque, até aqui, a procura pelo equilíbrio pessoa/ambiente/economia foi tarefa de resultados desalentadores e, no lugar agregar razoabilidade, termina por ceder apenas à tentação da necessidade de gerar riqueza, o que desemboca em desmatamentos irregular, crimes contra a pessoa, e toda ordem de ilicitudes que precisam ser contidas.
Importante registrar que empreendimentos do setor extrativista são os que mais se adequam, no Brasil, a procedimentos de segurança, por exemplo, no campo da saúde e meio ambiente, não por pura bondade, mas porque seu crescimento depende da sua posição estratégica e mercadológica no tocante à segurança das pessoas, do espaço geográfico e social.
Segurança será a palavra das próximas décadas. O novo Coronavírus e a crise econômica nos deixarão de herança a disposição mundial em alçar a pessoa geograficamente – refiro à ideia da geografia humana, diga-se – para o meio ambiental seguro, inserida prontamente ao processo econômico, portanto, apta a enfrentar o desconhecido que a vida lhe reserva, de maneira altiva e corajosa.
Os nossos próximos passos nos convidam a sermos participantes ativos dessa demanda pela segurança mundial. Observe que a forma celular de participação de cada pessoa, em todo o mundo, em tempos de paz, é de um quase ineditismo. Quase porque a humanidade já passou por outros obstáculos, mas raramente em escala tão globalizada e rápida. Até então, a nossa segurança , via de regra, estava nas mãos dos outros. Agora, somos personagens deslocados da periferia para e centro das decisões. Poderia dizer que sempre foi assim. Concordo em termos, assim, permito inferir que jamais tivemos um protagonismo pessoal e para se chegar a um resultado. E isso só pode ser fruto da decisão pela busca de um lugar seguro.
Vamos encontrando respostas ao observar sobre a grande possibilidade de que o mundo será o mundo mais seguro, a partir da convicção e atitude pessoal de segurança. Daí o foco muito maior na pessoa, e as pessoas terão a exata medida da sua importância no todo. Em outras palavras, um despertador nos acorda para compromissos futuros, o novo coronavírus nos desperta para um futuro de mosqueteiros, aquele do Alexandre Dumas, o de um por todos e todos por um.
Essa unidade e pessoalidade mergulhadas nas contradições humanas nos oferecerão um respirador onde teremos oxigênio suficiente para tocarmos a vida. Uma vida de qualidade sanitária e ambiental. Assim, vale dizer que não existe existência biológica fora de um determinado ambiente que lhe seja propício. Por isso o texto sugere lembrar, nestas buscas por respostas, a questão da segurança, ainda que de forma rápida já que o tema demandaria uma tese. Em todo esse contexto que escrevo, coloco busco dar tom de cor ao meio ambiente e sustentabilidade. Uma leitura mais detida verá que a sua matiz se dá no entorno da pessoa e a sua segurança. A preservação ambiental, entendida como o indivíduo no ambiente, assenta na perspectiva de uma pirâmide invertida,ou seja, eu cuido do meu espaço, nós cuidamos dos nossos e eles replicam e enriquecem o nosso meio. Um futuro possível nos colocará pessoalmente responsáveis pelo sucesso coletivo, sem abstrações ou conceitos etéreos; teremos mais rédeas sobre as consequências dos nossos atos indivuais. Ele, o futuro, chegará com a sabedoria adquirida nesse nosso passo a passo, do momento a momento, tudo, lógico, dentro da aquisição e distribuição de experiência. Disse o primeiro ministro inglês, Winston Churchill ” É um erro tentar ver muito,longe no futuro. A corrente do destino somente pode ser puxada um elo por vez”. Já vamos puxar o próximo forjado na segurança, na pessoa e no ambiente próximo ao ideal.
Por: Aube Costa – CEO da Sparta Corporate Solutions