A região de Aonia Terra é uma das preferências mais atuais de pesquisa da ESA
Uma nova imagem registrada pelo Mars Express, da agência espacial europeia (ESA), mostra o que internautas entusiastas da astronomia vêm chamando de “Olho de Marte” – na realidade, uma cratera posicionada na região conhecida como Aonia Terra, no hemisfério sul do planeta vermelho.
A razão para o apelido vem do fato de que o “Olho de Marte” não se apresenta apenas como mais um “buraco” na superfície, mas também por depósitos de um material escuro. Especialistas ressaltam que isso é normal, e que provavelmente o choque que deu origem à cratera desenterrou matéria soterrada em áreas mais profundas.
A região de Aonia Terra é uma das preferências mais atuais de pesquisa da ESA. Isso porque a área é recheada de crateras de impacto de variados tamanhos. O “Olho de Marte”, com seus aproximados 30 quilômetros (km) de extensão, não é nem de perto o maior registro: essa honraria fica para a Cratera Lowell, com absurdos 200 km.
Quase todas as crateras do hemisfério sul de Marte se formaram graças a impactos ocorridos há cerca de 4 bilhões de anos – um momento particularmente caótico do nosso sistema solar, conhecido como “Bombardeio Tardio Intenso”. A Terra também levou as suas “bordoadas” na mesma época, mas a nossa alta atividade geológica apagou a maioria das evidências.
A solução, então, é procurar exemplos análogos em outros planetas: Marte, apesar de ter atividade geológica, não é tão agitado quanto a Terra, o que significa que as evidências de impactos anteriores ainda estão majoritariamente intocadas.
Estudar esse tipo de ocorrência permite a nós conhecermos melhor a composição do planeta vermelho (devido ao volume de material desenterrado), além de compreender com mais detalhes o momento em que os choques ocorreram, estabelecendo uma linha do tempo mais precisa sobre o nosso “bairro” no espaço.
De acordo com a ESA, os especialistas da agência vão agora analisar o material enviado pelo Mars Express, a fim de determinar a natureza do material escuro que vemos na foto acima.
Fonte: Olhar Digital