O relator Claude Heller Presidente também comentou que na Bolívia ocorreram ações de racismo e discriminação em 2019
O Comitê das Nações Unidas (ONU) contra a Tortura classificou os grupos bolivianos Resistência Juvenil Cochala e Resistência Juvenil Cruceñista, opositores do presidente Luis Arce, como grupos paramilitares.
A avaliação se baseia na atuação desses grupos, mediados segundo a organização internacional pelo financiamento e cooperação com parte dos militares do país durante o golpe contra o então presidente Evo Morales em 2019.
Hace dos años, #UnDíaComoHoy, 200 militares reprimieron y masacraron en Senkata, por orden del gobierno de facto de Jeanine Añez y sus cómplices, a nuestros hermanos alteños que defendían la democracia ante el golpe de Estado. Al menos 10 jóvenes ofrendaron la vida por Bolivia. pic.twitter.com/10cQSmtFhx
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) November 19, 2021
O presidente do Comitê da ONU contra a Tortura, Claude Heller, especificou que esses grupos “justificaram sua ação em defesa da democracia para apoiar os oponentes de Evo Morales durante greves e manifestações”.
O relator Claude Heller Presidente também comentou que na Bolívia ocorreram ações de racismo e discriminação em 2019 e também indicou que durante o governo golpista de Jeanine Áñez, eventos como a queima da wiphala (bandeira indígena) ocorreram em “um ato de vingança e incitamento ao ódio”.
“Os atos de discriminação se expressaram em ações de militares e policiais, e a repressão e a linguagem racista foram dirigidas à população mobilizada, em sua maioria indígena, operária e camponesa, como aconteceu em Betanzos, Yapacaní, Montero, Sacaba e Senkata ”, Disse o responsável.
Segundo relatório do Ministério da Justiça da Bolívia, esses grupos foram financiados por organizações denominadas Pititas e contaram também com a colaboração das forças de segurança.
Por outro lado, o porta-voz da Delegação da Bolívia na 72ª Sessão do Comitê contra a Tortura, no âmbito da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, o Vice-Ministro da Justiça e Direitos Fundamentais, César Siles, afirmou que os processos iniciados contra a ex-presidente de fato estão em análise por serem “julgamentos de responsabilidade que podem ou não transcorrer, dependendo do reconhecimento ou não de sua legitimidade e legitimidade como presidente”.