Os progressos da China sob Xi Jinping

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Em um país que viveu na miséria por muito tempo, esse é um marcador crucial para a legitimidade do Partido Comunista

Pobreza absoluta eliminada, aumento da renda, programa espacial ambicioso e conscientização sobre o meio ambiente: a China de Xi Jinping pode se gabar de importantes progressos nos últimos dez anos, embora com algumas nuances.

Extrema pobreza erradicada

Em um país que viveu na miséria por muito tempo, esse é um marcador crucial para a legitimidade do Partido Comunista.

Dos 770 milhões de chineses em extrema pobreza em 1978, o país passou para 82 milhões em 2013 e 6 milhões em 2019, de acordo com o Banco Mundial, saudando uma ritmo “sem precedentes na história”.

O governo afirma ter chegado a zero até o final de 2020.

As autoridades locais foram de casa em casa para determinar as condições de vida, a quantidade de gado e o nível de escolaridade.

A decolagem econômica, com crescimento médio anual de 8,2% entre 1978 e 2020, permitiu o surgimento de empregos não agrícolas melhor remunerados.

Entre 2013 e 2021, as autoridades afirmam ter investido 1,6 trilhão de yuanes (cerca de 225 milhões de dólares) contra a pobreza com projetos como a construção de estradas, casas e infraestruturas.

Programa espacial

A China diminuiu em grande parte a distância com os Estados Unidos e a Rússia.

Em 2013, um robô conseguiu pousar na Lua. Em 2019, colocou outro no lado oculto do satélite, o primeiro artefato criado pelo homem a fazê-lo.

Em 2020, trouxe amostras lunares e finalizou o Beidou, seu sistema de navegação por satélite cuja intenção é competir com o GPS americano.

Depois de enviar seu primeiro robô a Marte no ano passado, a China deve concluir sua estação espacial este ano.

Enriquecimento dos chineses

Entre 2013 e 2020, a renda média disponível por família urbana aumentou de 26.467 yuanes (3.720 dólares) por ano para 43.834 yuanes (6.160 dólares), segundo o escritório nacional de estatísticas.

Nas famílias rurais, cresceu 82%, para 17.132 yuanes (2.410 dólares).

Sinal de enriquecimento, nos domicílios urbanos o número de carros (de 0,22 para 0,45) e celulares (de 2,17 para 2,49) também aumentou entre 2012 e 2020.

A maioria dos jovens desfruta de uma vida cultural e esportiva mais rica do que a de seus pais.

Mas os custos da habitação quadruplicaram entre 2013 e 2020, fazendo com que o poder de compra caísse.

Em 10 anos, “houve um aumento muito significativo na renda dos trabalhadores migrantes”, camponeses que vieram trabalhar nas cidades, diz Jean-Louis Rocca, especialista em movimentos sociais chineses da Universidade SciencesPo, em Paris.

“Mas com o aumento dos aluguéis, o custo da educação, a necessidade de se vestir de uma nova forma para se integrar, a situação deles, que melhorou nas cidades médias, estagnou ou piorou nas grandes metrópoles”, acrescenta.

Combate à corrupção

Autoridades, membros do Partido, generais, dirigentes de empresas públicas, bancos… entre 2012 e 2022, foram emitidas 11,3 milhões de repreensões por casos menores e 4,7 milhões de pessoas foram investigadas por acusações graves de corrupção, segundo a comissão disciplinar nacional.

Pelo menos 1,5 milhão de casos terminaram em sanção, algumas vezes disciplinar, mas em outras com pena capital.

A “frugalidade” prevaleceu na administração: menos banquetes e bebidas caras, por exemplo.

Celebrada pela opinião pública, esta campanha também ajudou Xi Jinping a eliminar adversários políticos.

Meio ambiente

Pequim assinou o acordo climático de Paris em 2016. Em 2020, Xi Jinping prometeu que seu país atingirá o pico de suas emissões de carbono até 2030 e se tornará neutro em carbono até 2060.

Grupos ambientalistas pediram à China, o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, que aja mais rapidamente para cumprir a meta de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Depois de ignorá-la ou minimizá-la por muito tempo, o Ministério do Meio Ambiente começou a publicar dados precisos sobre a poluição atmosférica em 2012.

A concentração no ar de partículas muito finas e perigosas para a saúde caiu 34,8% na China entre 2015 e 2021, segundo o ministério. A capital chinesa tornou-se muito mais respirável.

A coleta seletiva de resíduos também está avançando (obrigatória em Xangai desde 2019) e o gás substitui o carvão no aquecimento.

No entanto, na ausência de uma alternativa imediata, a China anunciou que continuará aumentando seu uso de carvão nos próximos anos, o que coloca em risco o cumprimento de seus objetivos climáticos.

Transportes

O comprimento de sua rede ferroviária de alta velocidade quadruplicou de 9.300 para 40.000 quilômetros entre 2012 e 2021.

Em dez anos, foram construídos 82 aeroportos civis, elevando o total nacional para 250. E o número de passageiros dobrou entre 2012 e 2019.

Apesar de caras, essas infraestruturas facilitaram a circulação, dinamizando a economia e o desenvolvimento da região oeste do país, menos favorecida.

Voz do Pará com informações da  AFP

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