Ossos, carcaça de peixe e pescoço de frango viram realidade para brasileiros

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Até cortes que sequer eram vendidos registram aumento nos preços

 

Osso passou a fazer parte do cardápio de vários brasileiros

Osso passou a fazer parte do cardápio de vários brasileiros (NSC TV/Reprodução)

A alta da inflação impacta fortemente na vida dos mais pobres. Com 14,4 milhões de brasileiros desempregados e com os preços de produtos básicos cada vez mais caros, muitos buscam itens com valores mais acessíveis. No caso das carnes, nem cortes que até pouco tempo eram doados escapam do aumento.

Entre agosto de 2020 e 2021, a alta acumulada no preço da carne bovina chega a 36%, segundo o IBGE. O frango encareceu até mais nesse período: 40,4%. O ovo subiu 20%.

Como contra-filé, maminha, picanha e outros cortes são  para uma minoria privilegiada, quem é pobre busca carcaças e até ossos. Em São Paulo, o pescoço de frango teve elevação de 15,79% no preço em setembro na comparação dos 12 meses, segundo a consultoria Safras e Mercados. A carcaça temperada de frango subiu 45%, o dorso, 60%. Entre os suínos, a maior alta foi no espinhaço (23,91%), que é a “coluna” do porco, e na orelha (20%).

Em Belém, a venda de carcaças de peixe por R$ 3,90 o quilo causou espanto nas redes sociais.

“São cenários muito ruins. Uma combinação de inflação, pandemia, fome, perda do poder aquisitivo, falta de clareza nas políticas econômicas. Esses são os principais motores dessa situação dramática. Todo dia a gente lida com aumentos, dos combustíveis, na alimentação. A gente não tem uma leitura até o final do ano de mudanças nesse cenário”, explica Everson Costa, técnico do Dieese, em entrevista ao G1.

Mais inflação

A situação pode piorar.  E quem alerta é o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em entrevista entrevista à TV Bloomberg, nos Estados Unidos, ele disse nessa terça-feira (12) que a inflação no Brasil vai continuar subindo.

Políticos sempre com a mesa farta (Marcos Corrêa/PR)Políticos sempre com a mesa farta (Marcos Corrêa/PR)

O chefe da equipe econômica também afirmou que teme o impacto do risco político nos mercados financeiros. “Sim, a inflação vai subir, mas a política monetária está lá para conter a alta de preços”, respondeu Guedes a uma pergunta sobre a pressão inflacionária no País. Segundo o ministro, metade da inflação brasileira vem atualmente dos preços de alimentos e da energia.

Durante a entrevista, o ministro criticou as projeções para a economia brasileira, disse que as estimativas se provarão erradas e previu que o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá 5,5% este ano. “Crescimento não será problema. O problema é a inflação”, declarou.

No Relatório de Mercado Focus mais recente, divulgado segunda-feira (11), houve manutenção da mediana das previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, em 5,04%, mesma estimativa de quatro semanas atrás. Já o Fundo Monetário Internacional reduziu um pouco a projeção do crescimento do Brasil para 2021, da estimativa de 5,3% divulgada em julho para 5,2% agora.

De acordo com Guedes, o Brasil terá uma recuperação forte, após os efeitos da pandemia de Covid-19, porque o avanço da vacinação permitirá que as pessoas voltem ao trabalho de forma segura. Ele também disse que a estrutura regulatória do país mudou e que, por isso, o Brasil está agora “aberto a negócios”.

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