O plano integra o Projeto Pró-Espécies, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e executado pelo WWF Brasil
O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), por meio da Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio) participou do lançamento do Plano de Ação para a Conservação de Espécies Criticamente Ameaçadas de Extinção do Território Meio Norte (PAT Meio Norte). O evento foi realizado de forma on-line, nesta sexta-feira (03).
O Plano de Ação Territorial foi iniciado em 2020, com a escolha do território contínuo entre os estados do Maranhão, Pará e Tocantins, e das espécies-alvo. O PAT é coordenado pelo Maranhão, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema); do Pará, via Ideflor-Bio, e do Tocantins, por meio do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).
O plano faz parte do Projeto Pró-Espécies, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, tem financiamento do Fundo Mundial para o Meio Ambiente e implementação do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, tendo como agência executora o WWF Brasil. Representa uma estratégia de gestão de espécies ameaçadas de extinção em territórios menos protegidos e com alta relevância para a biodiversidade. Foram escolhidas 12 espécies–alvo, com ocorrência nos três estados, consideradas espécies em categoria Criticamente Ameaçadas de Extinção (CR), que não estavam inseridas em outras formas de políticas públicas ou instrumentos de conservação da biodiversidade, por isso foram denominadas de CR Lacuna.Foto: Divulgação
Além das 12 espécies criticamente ameaçadas de extinção, há aproximadamente 70 espécies que serão beneficiadas pelos impactos positivos das ações definidas no Plano. Foram elaborados objetivos, matriz de ações, metas e indicadores a serem implementados no período de 2021 a 2026. Esse conjunto de ações foi compilado na publicação Sumário Executivo, para divulgar a importância do Plano para o Território Meio Norte.
Nívia Pereira, técnica em Gestão de Meio Ambiente do Ideflor-Bio e coordenadora executiva do PAT Meio Norte, destaca a relevância da conservação das espécies-alvo na abordagem territorial dos Planos. Segundo ela, os PATs são a estratégia inteligente para trabalhar a conservação da biodiversidade, porque apresentam operacionalmente o modelo de redes integradas.
“Então, são vários atores com os mais variados saberes, nos diferentes lugares, atuando e articulando juntos para modificar no decorrer de cinco anos o status de conservação das espécies-alvo”, acrescenta.
Pesquisa científica – A matriz de ações, desenvolvida de forma participativa, elenca as 27 ações voltadas para a pesquisa científica sobre as espécies ameaçadas de extinção, capacitação de diferentes setores (sociedade civil, poder público e iniciativa privada), implementação de medidas de conservação e manejo in situ (no local), ex situ (fora do local) e on-farm (com produção de micro-organismos para uso na agricultura), além do fortalecimento da legislação ambiental para conservação de espécies ameaçadas de extinção no Território Meio Norte.
Espécies como Crax fasciolata pinima, conhecida como mutum-de-penacho, e Mimosa skinneri, a “maria-vai-dormir-senão-tua-vai-morrer”, fazem parte das espécies-alvo do PAT Meio Norte. Estão no grupo das espécies beneficiadas o Cuxiu, o gavião real também conhecido por harpia, e outras espécies da fauna e flora.
A presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson, reforça a importância do trabalho integrado para a preservação e conservação da biodiversidade. Os estados brasileiros, nesta rede de colaboração, tornam-se protagonistas na execução de “Planos de Ação” em territórios de sua esfera de atuação ou na fronteira territorial, e fortalecem as ações de proteção ao meio ambiente.