Caminhoneiros e trabalhadores rurais bloquearam estradas em todo o Peru revoltados com os crescentes aumentos dos preços de alimentos, combustível e fertilizantes
O Peru declarou estado de emergência de um mês para permitir que as Forças Armadas supervisionem suas rodovias, enquanto o governo do presidente Pedro Castillo tenta conter protestos em todo o país contra o aumento dos preços dos combustíveis e alimentos.
Centenas de caminhoneiros e trabalhadores rurais estão bloqueando estradas em todo o país há mais de uma semana, indignados com o aumento dos preços, que aumentaram desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
O decreto, publicado no jornal oficial na quinta-feira, permite que o exército seja mobilizado para desobstruir os bloqueios, ao mesmo tempo em que suspende certos direitos constitucionais, como a liberdade de ir e vir e reunião.
“A polícia manterá o controle da ordem interna, com a ajuda das forças armadas”, diz.
Confrontos entre manifestantes e policiais em Ica, cerca de 300 quilômetros ao sul da capital, Lima, deixaram um trabalhador rural morto e 15 pessoas feridas, a maioria policiais.
O governo de Castillo tem enfrentado uma crescente indignação pública com a crise, especialmente depois que ele impôs um bloqueio obrigatório de 24 horas em Lima e em uma cidade portuária vizinha no início desta semana, em uma tentativa de “restabelecer a ordem”.
O presidente de esquerda, que assumiu o cargo em julho do ano passado, voltou atrás na medida depois que políticos da oposição e grupos de direitos humanos o criticaram como uma violação “desproporcional” à liberdade de ir e vir.
Milhares de pessoas foram às ruas desafiando a medida antes de Castillo interromper o bloqueio na noite de terça-feira, pedindo aos peruanos que “ficassem calmos”.
O governo cortou os impostos sobre os combustíveis, aumentou o salário mínimo e propôs isentar os alimentos essenciais do imposto sobre vendas.
O episódio marca o oitavo mês de Castillo na presidência, este é o primeiro protesto que o presidente enfrenta.
A convulsão social no momento em que o presidente assiste seus índices de aprovação despencarem. Ele também sobreviveu recentemente ao segundo pedido de impeachment a menos de um ano no cargo.