Alvos iam desde ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) até auxiliares, funcionários da corte, jornalistas, políticos, críticos e policiais, entre outros
A Polícia Federal (PF) revelou a descoberta de um amplo esquema de espionagem em massa de computadores no âmbito das investigações sobre o monitoramento ilegal de celulares por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Este escândalo ocorre uma semana após a PF identificar um esquema ilegal de monitoramento de adversários e opositores do governo Jair Bolsonaro.
De acordo com informações trazidas à tona pelo jornalista César Tralli, da TV Globo e GloboNews, o material recolhido e analisado pelos investigadores expôs a presença de dispositivos invasivos, como malwares, com capacidade de acessar completamente o conteúdo dos computadores afetados. Essas invasões podem ocorrer de várias maneiras, incluindo o envio de e-mails, mensagens de texto, uso do WhatsApp Web e mesmo o acesso físico aos computadores por meio de dispositivos como pen drives.
Neste momento, os investigadores estão concentrados na tarefa de quantificar o número de computadores afetados e identificar os alvos desse amplo esquema de espionagem. Na semana anterior, a Polícia Federal desencadeou uma operação que revelou um esquema ilegal de rastreamento de celulares conduzido pela Abin.
Mais de 33 mil acessos foram registrados durante essa operação, e os alvos iam desde ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) até auxiliares, funcionários da corte, jornalistas, políticos, críticos e policiais, entre outros.
A operação resultou no cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão, juntamente com dois mandados de prisão preventiva, abrangendo os estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Distrito Federal. A Abin alegou estar cooperando com a Polícia Federal e classificou a operação como retaliação.