Inflação, Selic e dólar também apresentam tendência de alta nas projeções divulgadas pelo Banco Central
O mercado financeiro revisou para cima suas projeções de crescimento da economia brasileira em 2024. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (9) pelo Banco Central, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve registrar expansão de 3,39% no próximo ano.
A estimativa reflete otimismo em relação ao desempenho econômico do país, que já havia surpreendido no segundo trimestre de 2023 com uma alta de 1,4% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2023, o crescimento foi de 3,3%, segundo o IBGE.
Projeções para os próximos anos
Embora o cenário para 2024 seja de crescimento acelerado, as expectativas para os anos seguintes mostram desaceleração. Para 2025 e 2026, a projeção é de expansão econômica de 2% ao ano.
A evolução positiva no curto prazo é vista como reflexo da resiliência do mercado interno e de políticas econômicas que têm impulsionado setores-chave. Contudo, especialistas alertam que fatores como inflação, juros elevados e a cotação do dólar podem limitar a expansão no médio prazo.
Inflação e Selic sobem no radar
As expectativas para a inflação também subiram. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação, deve fechar 2024 em 4,84%, acima da previsão da semana passada (4,71%). Para 2025 e 2026, as projeções são de 4,59% e 4%, respectivamente.
A taxa básica de juros, a Selic, foi ajustada para uma previsão de 12% ao final de 2024, ante 11,75% na semana anterior. A elevação da Selic tem como objetivo conter a demanda aquecida, mas também pode encarecer o crédito e desacelerar o consumo, impactando o crescimento econômico.
Dólar se aproxima de R$ 6
Outro ponto de atenção é a cotação do dólar, que deve encerrar 2024 a R$ 5,95, segundo o mercado financeiro. Há quatro semanas, a projeção era de R$ 5,55. A valorização da moeda norte-americana é atribuída a fatores externos, como incertezas globais, e internos, como o ritmo de ajuste fiscal e a confiança do investidor estrangeiro.
Impacto no cotidiano
A combinação de juros altos, inflação acima da meta e dólar em elevação apresenta desafios tanto para consumidores quanto para empresas. Apesar do crescimento previsto do PIB, o custo do crédito e o aumento dos preços podem restringir o poder de compra das famílias e os investimentos das empresas. Se o PIB vai subir, só resta torcer para que nossos boletos não acompanhem o ritmo.