Planeta Nove: existe um planeta oculto no sistema solar? A busca está perto do fim

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Novas descobertas podem redefinir a história do sistema solar

O sistema solar, que até 2006 contava com nove planetas, pode estar próximo de recuperar esse número – mas, desta vez, não se trata de Plutão. Astrônomos, incluindo o renomado Mike Brown, conhecido como “o homem que rebaixou Plutão”, acreditam na existência de um planeta oculto além de Netuno, apelidado de “Planeta Nove”. Esse astro, ainda não observado diretamente, seria responsável por influenciar as órbitas de objetos gelados no Cinturão de Kuiper, região localizada na borda do sistema solar. Caso sua existência seja confirmada, essa descoberta pode transformar nossa compreensão sobre a formação de planetas e a estrutura do sistema solar.

O enigma do Cinturão de Kuiper
O Cinturão de Kuiper é uma área além de Netuno composta por objetos congelados, como Eris, que foi descoberto por Brown em 2005. Desde então, estudos indicam que algo maior, uma força gravitacional desconhecida, está “guiando” os objetos do cinturão, deixando órbitas anômalas. Batizada de Planeta Nove, essa possível estrutura poderia ser um planeta de massa entre cinco a sete vezes a da Terra, distante o suficiente para ter uma órbita que leva até 20 mil anos para ser completada.

Evidências e controvérsias
A existência do Planeta Nove é um tema acalorado entre cientistas. Enquanto alguns astrônomos como Brown e Konstantin Batygin, também da Caltech, defendem a hipótese, baseando-se nas órbitas alinhadas de objetos transnetunianos, outros pesquisadores acreditam que essas anomalias podem ser explicadas por outros fenômenos, como forças galácticas ou erros na compreensão da gravidade.

Para testar essas teorias, Batygin e sua equipe criaram simulações computacionais que demonstram que um sistema solar sem o Planeta Nove “não se alinha” com os dados observados, sugerindo que sua existência pode realmente ser uma “pista quente” para resolver o mistério. Acredita-se que o Planeta Nove seja uma versão menor de Urano ou Netuno, e possivelmente um dos núcleos que não conseguiu se tornar um planeta gigante.

Outras hipóteses e o debate científico
Alguns cientistas sugerem hipóteses alternativas ao Planeta Nove, como a presença de um planeta menor, um “super-Plutão” rochoso, enquanto outros consideram a possibilidade de um buraco negro primordial capturado pelo sistema solar. Segundo Malena Rice, astrônoma de Yale, há ainda a opção mais simples: a existência de um planeta ainda não detectado, o que não seria improvável dada a diversidade de sistemas planetários observados em outras estrelas.

A nova era da busca astronômica
O debate pode estar perto do fim: o Observatório Vera C. Rubin, um novo telescópio com a maior câmera digital já construída, começará a operar em 2025 e promete observar o céu em detalhes sem precedentes. Com uma cobertura quase completa da esfera celeste a cada poucas noites, os cientistas esperam que o telescópio forneça uma resposta definitiva sobre o Planeta Nove, seja encontrando-o diretamente ou confirmando a influência gravitacional que sugere sua presença.

A descoberta do Planeta Nove seria um marco histórico na astronomia, não apenas por reconfigurar o sistema solar, mas por abrir portas para compreender os milhares de exoplanetas que estão sendo descobertos ao redor de outras estrelas. E, caso o Planeta Nove não exista, essa negativa também trará conhecimento valioso, reforçando a importância do processo científico, que avança com base em perguntas e no desafio constante do que acreditamos saber sobre o universo.

 

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