Plano de golpe envolvia uso da GLO e a prisão de Moraes

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Novas informações comprometem ainda mais Jair Bolsonaro e seus aliados

247 – Aliados de Jair Bolsonaro (PL) responsáveis por um plano de golpe queriam usar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e prender o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. A informação foi publicada pela jornalista Daniela Lima, da CNN.

As conversas aconteceram em dezembro de 2022. Moraes foi empossado presidente do TSE em agosto do ano citado. 

Duas pessoas que participaram do plano foram o ex-major do Exército Ailton Barros e o tenente-coronel Mauro Cid. Os dois tiveram um diálogo. “Se for preciso, vai ser fora das quatro linhas”, afirmou Barros a Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. 
Barros e Cid foram presos nesta quarta-feira (3) pela Polícia Federal na Operação Venire, sobre um esquema de falsificação de informação sobre cartões de vacina. De acordo com a PF, Bolsonaro e Mauro Cid tinham “plena ciência” da mudança ilegal em informação dos cartões de vacinação do ex-ocupante do Planalto.

Milícias

A PF também disse que Supremo que Cid é o elo entre Jair Bolsonaro (PL) e milícias. Barros afirmou que sabe de informações de quem mandou matar a ex-vereadora da cidade do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), morta pelo crime organizado em março de 2018.

Dois ex-policiais foram presos. Ronnie Lessa, que, de acordo com as investigações, deu os tiros. O outro detido foi Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos e que, segundo as apurações, dirigia o carro no momento do crime. 

Acusado por oposicionistas de envolvimento com milícias, Bolsonaro não foi acusado de participação no crime contra Marielle, mas investigadores apuram a conexão dele com milicianos. Ronnie Lessa morava no mesmo condomínio de Bolsonaro no Rio. Queiroz também apareceu em uma foto com o ex-ocupante do Planalto, que teve o seu rosto cortado na imagem.

Teor dos áudios golpistas

A primeira mensagem foi enviada no dia 15 de dezembro por Barros a Mauro Cid.

 “É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer” […] Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil.”

Barros ressalta a necessidade de Gomes ou Bolsonaro realizarem o pronunciamento comentado na mensagem de voz e destaca que seja, “de preferência, o Freire Gomes. Aí, vai ser tudo dentro das quatro linhas”.

Ele prossegue que seria necessário ter, até o dia seguinte, 16 de dezembro, pela tarde, “todos os atos, todos os decretos da ordem de operações” prontos.

“Pô [sic], não é difícil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga. Qual é o problema, entendeu? Quem está jogando fora das quatro linhas? Somos nós? Não somos nós. Então nós vamos ficar dentro das quatro linhas a tal ponto ou linha? Mas agora nós estamos o quê? Fadados a nem mais lançar. Vamos dar de passagem perdida?”, indaga.

Barros prossegue a descrição da trama golpista. 

“Se for preciso, vai ser fora das quatro linhas”. “Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele”, adiciona.

De acordo com a mensagem de Barros para Mauro Cid no áudio, a ideia é que na segunda-feira, 19 de dezembro, fossem lidas as portarias, decretos de garantia da Lei e da Ordem e “botar [sic] as Forças Armadas, cujo Comandante Supremo é o presidente da República, pra agir”. 

Mauro Cid no centro da trama golpista

Mauro Cid Barbosa está no topo da lista dos que serão convocados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas

Mauro Cid foi preso nesta quarta pela Polícia Federal (PF) na Operação Venire e sua provável convocação à comissão mista para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro foi antecipada pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ)  à  Revista Fórum.

Ailton também está preso por, assim como o comparsa Mauro Cid, participar de uma associação criminosa que forjou registros de vacinas.Agora, a situação de Mauro Cid se complicou ainda mais. 

Com informações da CNN Brasil

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