O trisal afirma que passa cerca de 90% do tempo juntos
Saskia Michalski e Marcin estavam casados há quatro anos. Eram um casal convencional, dividindo suas vidas entre trabalho, amor e, é claro, lazer. Durante sessões de academia, a esposa de 28 anos conheceu uma mulher, uma das professoras de educação física. Foi a fagulha que deu início a uma história de poliamor.
Era 2019 quando Saskia passava horas malhando em uma academia de Hamburgo, Alemanha, então começou a se relacionar com Luli, de 29 anos, uma sexy instrutora lésbica.
Papo vai, exercício vem, se tornaram amigas e começaram a passar mais tempo juntas, até mesmo fora da academia. As duas demoraram muito para reconhecer que uma conexão romântica havia começado.
Como ela disse ao marido que estava apaixonada por outra mulher?
Saskia decidiu ser franca com seu marido Marcin (34), que é heterossexual. E reconhece que, longe de se surpreender, ele se mostrou compreensível com a inesperada e excêntrica notícia.
“Enfrentei uma grande crise de identidade quando me apaixonei por Lui”, admite Saskia, que é coproprietária de uma empresa de mídia com seus dois parceiros.
E continua a sua história: “Sempre fui uma daquelas pessoas que pensava que só se podia apaixonar por alguém novo se os sentimentos pelo seu parceiro estivessem diminuindo ou desaparecendo, mas não era o caso.”
“Eu amava Marcin tanto quanto no início, e a última coisa que queria era perdê-lo”, afirma. “Mas meus sentimentos por Lui estavam lá de repente e eu não podia mais negá-los”, ela admite.
E pelo que vale a pena notar a falta de “antecedentes”, Saskia e Marcin concordam ao se descreverem como um casal feliz e 100% monogâmico . Claro, antes de conhecer Lui.
Poliamor a três
Claro, nem tudo é tão simples quando se trata de mudanças tão extremas. Saskia diz que chorou muito quando confrontou Marcin para confessar seus sentimentos. E ele disse a ela que ficaria feliz em adicionar uma “terceira parceira” à relação.
Saskia e Lui começaram a sair, para fortalecer o vínculo que havia surgido na academia. E algumas semanas depois, todos decidiram continuar o relacionamento como um trio. Eles deram um grande passo e se mudaram para um novo apartamento juntos após seis meses.
Marcin, um heterossexual, e Lui, uma lésbica, afirmam que criaram uma conexão excêntria que os tornou grandes amigos. Saskia, sem surpresa, alterna entre compartilhar a cama com cada um deles separadamente.
Embora Marcin e Saskia compartilhem sobrenome, Lui decidiu adotá-lo como uma espécie de “nome artístico”, já que atualmente as leis locais não permitem que ela use o sobrenome porque ela não é casada com eles.
“Sempre dizemos que somos uma família. Lui e Marcin são como melhores amigos ou irmãos: seu amor é meio platônico, pois não mantêm relações sexuais ou românticas um com o outro, conclui Saskia.
Rotina, ciúme e sexo
Os três trabalham juntos. Eles trocam o lugar onde dormem regularmente, mas afirmam que não possuem regras sobre essas práticas cotidianas. Muitas vezes acontecem aleatoriamente ou variam de acordo com o humor.
Além disso, o trisal acredita que passa cerca de 90% do tempo juntos e insiste que está em lado oposto dos que precisam estabelecer um horário específico e claro para ficarem sozinhos ou quem dorme onde.
Mas detalhes importantes, para muitos a chave do sucesso da convivência, que não devem ser esquecidos assim: por natureza, nem Marcin nem Lui são ciumentos. Para Saskia, uma verdadeira bênção.
Uma frase tenta esclarecer uma perspectiva que de fora pode não ser percebida: “Não temos a sensação de estarmos compartilhando um amor. É mais como se todos colocássemos nosso amor em um grande recipiente e ele se torna muito mais amor.”
“É muito importante que não tenhamos duas relações paralelas, mas uma família, uma verdadeira equipe”, concordam.
Enfim, embora pareça entrar em contradição com sua fala anterior, ela esclarece sobre o momento da intimidade: quando se trata de sexo, diz que nunca há sexo a três. Saskia exemplificou: “Marcin e eu temos uma vida sexual e Lui e eu temos outra. Não existe vida sexual tripartida.”
“As pessoas frequentemente reduzem nosso relacionamento ao sexo. O engraçado é que nenhum de nós é muito carente ou prioriza muito o sexo. Abraços, gentilezas e beijos são muito mais valorizados por nós do que sexo.”
Ela acrescentou que eles nunca se depararam com ‘uma situação em que se tem que ouvir os outros através da porta ou algo assim’ se contentam em respeitar a privacidade quando se trata de sexo e intimidade.