É bom lembrar que nas verdadeiras e consolidadas democracias não há espaço para os populistas de direita ou de esquerda, alimentados pela vaidade e pelo espirito salvacionista, cujo resultado é o eterno subdesenvolvimento econômico e moral da sociedade brasileira
Bolsonaro, afinal, conseguiu trazer uma multidão à Avenida Paulista à custa de meses de preparação e muito dinheiro para arrebanhar eleitores do interior paulista e de outros estados.
Há quem diga que o tiro saiu pela culatra e que o presidente perdeu adeptos com o mea culpa do dia seguinte e a longa espera da multidão que, por mal funcionamento do sistema de som, não conseguiu ouvir a meia dúzia de impropérios por ele proferidos.
Por sua vez, a oposição de esquerda, protagonizou, no mesmo dia 7 de setembro, uma lastimável demonstração de fraqueza arrebanhando um punhado de militantes encobertos pelas enormes bandeiras vermelhas que causam calafrios em boa parte do eleitorado brasileiro. Caminham na contramão do movimento para a formação de uma frente ampla de centro, dando fôlego às hostilidades políticas e confiantes nas pesquisas que apontam vantagem para seu candidato na corrida presidencial do próximo ano. Esquecem-se das palavras de uma velha raposa mineira que dizia ser a política tal como as nuvens que a todo momento mudam de lugar.
Por outro lado, a manifestação programada pelo MBL e o Vem Pra Rua, no dia 12, mal conseguiu, de acordo com a Policia Militar de São Paulo, reunir seis mil e quinhentas pessoas, o que foi motivo de chacota por parte do presidente. Mas o que conta mesmo é a qualidade dos presidenciáveis da chamada terceira via que compareceram ao evento: do governador João Dória, passando pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, pela senadora Simone Tebet, pelo combativo senador por Sergipe, Alessandro Vieira, até Ciro Gomes.
Doze partidos haviam aderido ao movimento, mas com a desistência do PT e seus aliados à esquerda apenas sete agremiações partidárias compareceram ao evento. Ao que se sabe, o PT se recusou a participar do movimento que tinha por lema “nem Bolsonaro, nem Lula”.
Além disso, a manifestação teria se esvaziado em função do encontro de Bolsonaro com Temer, que resultou na carta em que o presidente se desculpa pelos exageros verbais e acena para uma duvidosa pausa nas hostilidades entre os poderes constituídos.
Os duros discursos dos ministros Fux e Barroso não foram suficientes para contrabalançar as declarações conciliadoras dos presidentes da Câmara e do Senado o que, com toda a certeza, contribuiu para arrefecer os ânimos de boa parte daqueles que pretendiam manifestar-se contra Bolsonaro no 12 de setembro.
O fato é, que o Partido dos Trabalhadores, apesar de contar com alguns bons quadros, se vê sufocado pela patética figura de seu “Grande Timoneiro”, que já cumpriu dois mandatos presidenciais, emplacou um terceiro e quase um quarto mandato através de seu poste.
Mas é bom lembrar que nas verdadeiras e consolidadas democracias não há espaço para os populistas de direita ou de esquerda, alimentados pela vaidade e pelo espirito salvacionista, cujo resultado é o eterno subdesenvolvimento econômico e moral da sociedade brasileira. (Por Flávio Siliba)
VOZ DO PARÁ: Essencial todo dia!