Por que o PIB cresceu mesmo com a piora da pandemia

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Resultado positivo de 1,2% no primeiro trimestre de 2021 supera expectativas. Economistas explicam a característica desse crescimento e analisam o otimismo do governo

O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1,2% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao último trimestre de 2020, segundo dados divulgados na terça-feira (1°) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número superou as expectativas dos agentes de mercado, que projetavam uma alta abaixo de 1%.

O PIB é o resultado da soma de todos os bens e serviços produzidos em um país em certo período de tempo. O resultado mostra, portanto, que o Brasil produziu mais nos três primeiros meses de 2021 que nos três últimos de 2020 — apesar de uma piora considerável da pandemia do novo coronavírus.

VARIAÇÃO DO PIB

Crescimento do PIB em relação ao trimestre anterior. Três trimestres seguidos de crescimento a partir do segundo semestre de 2020, superando duas quedas fortes no começo de 2020

Economia e pandemia em 2021

Em 2020, a pandemia levou a uma paralisação parcial da economia, que foi mais forte nos primeiros meses de crise sanitária, quando o tombo da atividade econômica foi histórico. Mesmo com o início da recuperação no segundo semestre, o PIB fechou o ano com uma queda de 4,1%, terceiro pior resultado anual desde 1901.

O crescimento do primeiro trimestre de 2021 recolocou a economia brasileira no patamar do final de 2019, anterior à pandemia. É o que mostra o gráfico abaixo.

Nível do PIB do Brasil, por trimestreNível do PIB do Brasil, por trimestre. Queda forte no começo de 2020, mas voltamos ao patamar do fim de 2019 no começo de 2021

TRAJETÓRIA ECONÔMICA

O crescimento do início de 2021 foi caracterizado pela forte expansão do setor agropecuário e pela alta da indústria, sobretudo nas atividades extrativa e de construção civil. O setor de serviços teve crescimento modesto em relação aos outros dois, e segue abaixo do patamar pré-pandemia.

Os primeiros meses do ano também foram marcados pelo encerramento de programas sociais como o auxílio emergencial (que foi retomado em abril) e pelo recorde de desemprego registrado pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), produzida pelo IBGE.

Além disso, o país viveu uma piora significativa da pandemia no começo de 2021, com registro de colapso no sistema de saúde de diversos estados. O número de mortos pela covid-19, que já vinha subindo desde novembro de 2020, cresceu consideravelmente.

Segundo dados do Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde), 50.997 pessoas morreram pela covid-19 entre outubro e dezembro de 2020. Nos três meses seguintes, as mortes pela doença foram 126.566 — um salto de 148%. Isso não impediu o crescimento de 1,2% do PIB na comparação entre os dois períodos.

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