“Eu quero ver se existem os fundamentos técnicos que caracterizem crime de responsabilidade”, disse Marcelo Ramos, que indicou poder acatar os pedidos de impeachment contra Bolsonaro caso assuma em algum momento a presidência da Câmara
O primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), falou ao UOL nesta segunda-feira (19) sobre seu acesso aos pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro protocolados na Casa.
O parlamentar, que passou a se intitular como de oposição, afirmou querer estar “preparado” para caso assuma a presidência da Câmara. Em caso de ausência do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), Ramos assume a presidência e, segundo ele, teria poder para colocar o impeachment em pauta.
“O que eu quero é, primeiro, delimitar que o presidente Bolsonaro não vai cavalgar sobre o parlamento. Não vai. O parlamento vai resistir. Segundo: eu quero ver se existem os fundamentos técnicos que caracterizem crime de responsabilidade. Se existir, preciso estar preparado para, no momento em que assuma provisoriamente a presidência, possa fazer o julgamento de conveniência política de se cabe em uma presidência provisória o aceite do pedido de impeachment. Então eu quero tratar isso com muita serenidade. Não é uma situação dada, mas eu preciso conhecer o conteúdo dos pedidos que foram apresentados”, falou.
Semipresidencialismo
O deputado também comentou sobre o debate acerca do semipresidencialismo, que volta a tramitar na Câmara e soa como mais uma tentativa de golpe contra os brasileiros, que manifestam nas pesquisas sua preferência pela volta do ex-presidente Lula ao poder. “Para mim, é um debate absolutamente inoportuno. O Brasil tem uma tradição presidencialista, nossas instituições estão se aperfeiçoando. A despeito da democracia brasileira ser uma democracia muito nova, ela é uma democracia em consolidação. Não cabe zerar e tentar começar tudo de novo. Sou contra isso e acho um debate extemporâneo”.