Medida visa equilibrar preços internos com os internacionais
Em um esforço para conter a alta dos preços dos alimentos no Brasil, o governo federal avalia reduzir as tarifas de importação de determinados produtos. A medida, anunciada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem como objetivo garantir a paridade entre os preços praticados no mercado interno e os valores internacionais. A iniciativa surge em um momento em que o combate à inflação dos alimentos se tornou uma das prioridades do governo para 2025.
Medida visa equilibrar preços internos com os internacionais
Durante reunião no Palácio do Planalto, Rui Costa explicou que a redução do Imposto de Importação pode estimular a entrada de produtos estrangeiros no país, aumentando a concorrência e, consequentemente, pressionando os preços para baixo. “Se tornarmos mais barato importar esses produtos, vários agentes econômicos vão enxergar oportunidades de lucro e passarão a importar, ajudando a equilibrar os preços internos”, afirmou o ministro.
A estratégia não é inédita. No ano passado, o governo zerou a tarifa de importação do arroz após as enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional do grão. A medida foi essencial para evitar desabastecimento e conter a alta dos preços. Agora, a ideia é replicar o modelo para outros alimentos, sempre com o objetivo de garantir que os preços no Brasil não fiquem acima dos praticados no mercado internacional.
Aumento da produção agrícola e redução de custos no PAT também estão na mira
Além da redução de tarifas, o governo também aposta no aumento da produção agrícola local como forma de estabilizar os preços. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos em 2024 deve ser recorde, com um crescimento estimado entre 8% e 10% em relação ao ano anterior. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que a produção de arroz, por exemplo, deve crescer entre 12% e 13% este ano, o que já contribuiu para a queda nos preços do produto.
Outra frente de atuação é a revisão dos custos do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). O Ministério da Fazenda estuda reduzir ou até zerar as taxas cobradas sobre vales-refeição e alimentação, o que permitiria que os trabalhadores aproveitassem integralmente o valor dos benefícios. “São 22 milhões de trabalhadores que recebem esse benefício. Se conseguirmos eliminar essas taxas, isso se traduzirá em maior poder aquisitivo na hora de fazer as compras”, explicou Rui Costa.
Experiência com o arroz em 2023 serve de modelo para novas ações
A experiência bem-sucedida com o arroz em 2023 serve como um modelo para as novas ações do governo. Na ocasião, a medida emergencial foi crucial para evitar uma crise de abastecimento e conter a inflação do produto. Agora, a ideia é adotar uma abordagem semelhante, mas de forma mais ampla, sempre com o cuidado de não interferir diretamente no mercado. “Não queremos intervenções heterodoxas, como subsídios ou tabelamento de preços. A ideia é estimular a concorrência e a produção”, reforçou Rui Costa.
A redução das tarifas de importação, combinada com o aumento da produção agrícola e a revisão dos custos do PAT, representa uma estratégia multifacetada do governo para enfrentar a alta dos preços dos alimentos. Se bem-sucedidas, essas medidas podem não apenas aliviar o bolso do consumidor, mas também fortalecer a economia brasileira em um momento de desafios globais. A prioridade é clara: garantir que os alimentos cheguem à mesa dos brasileiros a preços justos, sem abrir mão da competitividade e da sustentabilidade do mercado.