O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), participou do programa Canal Livre no domingo (24). Na ocasião, Helder isentou os governadores de responsabilidade nos sucessivos aumentos de preços nos combustíveis. O litro da gasolina já chega a R$ 7 para os consumidores em várias cidades.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, declarou na quinta-feira (21) que pretende fazer novas reuniões com os governadores ao longo da próxima semana para debater o PLP 11/2020, projeto de lei que estabelece um valor fixo para a cobrança de ICMS sobre combustíveis. Pacheco também disse que vai avaliar a participação de representantes da Petrobras na discussão da matéria. O O PLP 11/2020 foi aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 13, na forma de um substitutivo, e aguarda votação no Senado.
Helder Barbalho apontou o encontro com o presidente do Senado como um sinal da “boa vontade dos governadores” a respeito do tema.
“Nenhum estado do Brasil aumentou imposto sobre combustível. Em nenhuma das 27 unidades da federação. E o que se vê, semanalmente, é o combustível aumentando seu valor”, disse o governador paraense, que vê a dolarização dos combustíveis como principal motivo para as altas.
“Nós estamos propondo, juntos ao presidente do Congresso, que, nos próximos 90 dias, haja um congelamento do valor absoluto, do valor real, do que é arrecadado de ICMS em todo os estados, independente da variação do preço do combustível – para que, a partir daí, possa se experimentar esse modelo e debater uma solução que possa dar a cota de contribuição que todos devem ceder, para diminuir o preço do combustível no nosso país”, explicou Barbalho.
“Acho muito importante chamar a Petrobras para um debate transparente a respeito da formulação dos preços para que a sociedade possa saber”, acrescentou.
Eleições 2022
Barbalho ainda elogiou a possibilidade de uma candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República em 2022. O governador paraense classificou Tebet como um “excelente quadro” do MDB, e viu nela uma possível alternativa às possíveis candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) na próxima eleição.
“Acho um excelente nome, um excelente quadro. Uma mulher de destaque, valorosa, com um currículo que sustenta condições de apresentar e liderar o nosso partido”, disse Barbalho. “Agora, claro que há de se discutir e debater com os demais partidos que estão com esta visão, de apresentar uma alternativa ao centro”, acrescentou.
A fala do governador do Pará se contrapõe ao posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, que despreza a dolarização dos combustíveis e sempre culpa o ICMS, culpando os governadores pelos frequentes e abusivos aumentos. Considerando os eventos ocorridos nas eleições presidenciais de 2018, resta perguntar aos eleitores: QUEM LEVOU A FACADA MESMO?