Pressão dos EUA e mediação do Egito forçam Israel e Hamas aceitarem cessar-fogo

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Saldo de mortes do conflito foi de 232 palestinos, incluindo 65 crianças, e 12 israelenses

Israel e o Hamas concordaram com um cessar-fogo na Faixa de Gaza a partir das 2h da manhã de sexta-feira (20h desta quinta-feira, no horário de Brasília), disseram um oficial do Hamas e o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Segundo o governo israelense, a trégua é bilateral e sem precondições. À agência Reuters, um representante do Hamas disse que a trégua seria simultânea e partiria dos dois lados.

O gabinete de Netanyahu aprovou a trégua após a forte pressão dos Estados Unidos para interromper a ofensiva. Na quarta-feira, em um telefonema ao premiê, o presidente americano, Joe Biden, pediu a redução das hostilidades. Os líderes israelenses se reuniram nesta quinta-feira (20), para discutir a ofensiva contra o território palestino.

As negociações avançaram com a mediação do Egito. Fontes de segurança egípcia falaram, em condição de anonimato, que os dois lados concordaram em princípio com o cessar-fogo, mas os detalhes ainda precisavam ser resolvidos.

Apesar dos sinais crescentes de que os lados estavam perto de um cessar-fogo que encerraria 11 dias de combates pesados, Israel desencadeou uma nova onda de ataques aéreos na Faixa de Gaza nesta quinta-feira e o Hamas lançou mais foguetes contra o território israelense.

Desde o início dos combates em 10 de maio, as autoridades de saúde em Gaza dizem que 232 palestinos, incluindo 65 crianças e 39 mulheres, foram mortos e mais de 1,9 mil ficaram feridos em bombardeios aéreos.

Israel diz que matou pelo menos 160 combatentes em Gaza. Autoridades em Israel colocam o número de mortos no país em pelo menos 12, com centenas tratadas por ferimentos em ataques de foguetes que causaram pânico e enviaram pessoas correndo para abrigos.

CRONOLOGIA DO MAIS RECENTE CONFLITO:

Expulsão de Palestinos

O presente conflito teve início em 3 de maio, quando eclodiram tumultos no bairro de Sheikh Jarrah em Jerusalém Oriental, perto da Cidade Velha, durante uma manifestação em apoio às famílias palestinas ameaçadas de despejo de suas casas em benefício dos colonos judeus.

O tribunal distrital de Jerusalém decidiu no início deste ano a favor das famílias judias que reivindicam direitos de propriedade neste bairro. Desde então, houve manifestações e confrontos com as forças israelenses.

A questão do status de Jerusalém é um dos principais pontos de discórdia entre Israel e os palestinos. Israel considera a cidade inteira como sua capital “indivisível”, enquanto os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital de seu futuro estado.

Apelos internacionais

Em 6 de maio, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha pedem a Israel que “termine sua política de expansão das colônias nos territórios palestinos ocupados” e pare com as expulsões em Jerusalém Oriental. No dia 7, as Nações Unidas apelam a Israel para acabar com qualquer expulsão forçada de palestinos.

Conflitos na Esplanada das Mesquitas

Naquela mesma sexta-feira, 7 de maio, dezenas de milhares de fiéis se reúnem na Esplanada das Mesquitas – chamada de Monte do Templo pelos judeus – para a última grande oração na sexta-feira antes do fim do mês de jejum muçulmano do Ramadã.

Segundo a polícia israelense, os palestinos atiram projéteis contra as forças de segurança, que respondem com granadas ensurdecedoras e balas de borracha. No dia 8, novos confrontos deixaram cem feridos em outras áreas de Jerusalém Oriental, de acordo com o Crescente Vermelho Palestino.

Também há feridos entre os policiais israelenses. Os quatro membros do Quarteto do Oriente Médio (ONU, União Europeia, Estados Unidos e Rússia) pedem a Israel que aja com moderação.

Audiência de expulsão adiada

No dia 9, o secretário-geral da ONU exorta Israel a “parar as demolições e expulsões”. A Justiça israelense anuncia o adiamento de uma audiência, marcada para o dia seguinte, sobre o futuro das famílias palestinas ameaçadas de expulsão. Durante a noite, balões incendiários e sete foguetes são lançados de Gaza em direção ao sul de Israel.

Mais violência

No dia 10, cerca de 520 palestinos e 32 policiais israelenses são feridos em novos confrontos, principalmente na Esplanada das Mesquitas. Os confrontos coincidem com o Dia de Jerusalém, que comemora a conquista israelense de Jerusalém Oriental em 1967 no calendário hebraico.

Um árabe israelense morre em decorrência de ferimentos à bala durante os confrontos na cidade de Lod (centro). À noite, Israel realiza ataques na Faixa de Gaza, em resposta a disparos de foguetes do enclave palestino, governado pelo movimento islâmico Hamas.

Chuva de foguetes sobre Tel Aviv

Em 11 de maio, o Hamas e Israel continuam a se confrontar com foguetes e bombardeios aéreos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu adverte que Israel vai “intensificar” seus ataques ao Hamas.

AFP/Brasil

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