A Rússia criticou a interferência descarada dos EUA nos assuntos internos do Paquistão
Centenas de pessoas se reuniram em Washington na terça-feira para condenar o envolvimento dos Estados Unidos na deposição do primeiro-ministro paquistanês Imran Jan.
Em frente à embaixada paquistanesa em Washington DC (capital dos EUA), manifestantes ergueram faixas com fotos de opositores paquistaneses chamando-os de saqueadores e gritaram palavras de ordem como “ministro do crime não é aceitável”, referindo-se ao líder da oposição Shahbaz Sharif, eleito em Segunda-feira como o novo primeiro-ministro do país asiático.
Na segunda-feira, milhares de pessoas realizaram protestos massivos no estado do Texas, no sul dos Estados Unidos, contra a derrubada do governo de Jan e consideraram o novo gabinete paquistanês como um governo estrangeiro. Mais protestos em apoio ao governo deposto de Jan estão planejados para os próximos dias no país norte-americano. O caso gerou revolta nas redes sociais.
#Paquistan#ImranKhan
Estados Unidos en un golpista permanente que desestabiliza a los países. Después de varias semanas de crisis política en Pakistán, el primer ministro Imran Jan fue destituido Washington Busca desestabilizar Asia Central https://t.co/tqUZ0YJuyi via @YouTube pic.twitter.com/zVB532N2Dz— Pablo Jofre Leal (@pablojofreleal) April 12, 2022
Jan foi deposto no domingo depois que 174 parlamentares votaram a favor de uma moção de desconfiança, que precisava de 172 votos na Câmara de 342 membros para ser aprovada.
O ex-primeiro-ministro paquistanês disse que foi alvo de uma “conspiração estrangeira” tramada pelos Estados Unidos que canalizou fundos do exterior para o Paquistão para derrubá-lo.
Por sua vez, Washington negou envolvimento na derrubada do governo Khan:
“É claro que continuamos a acompanhar esses acontecimentos e respeitamos e apoiamos o processo constitucional e o estado de direito no Paquistão. Mas, novamente, essas alegações não são inteiramente verdadeiras”, disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jalina Porter, em entrevista coletiva.
A Rússia, por sua vez, criticou “outra tentativa de interferência descarada” dos EUA nos assuntos internos do Paquistão, dizendo que a ação contra Jan foi uma punição por não obedecer a Washington.