O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anuncia a mobilização militar parcial a partir desta quarta-feira para proteger o país das ofensivas do Ocidente.
Em mensagem gravada, Putin especificou que o programa de mobilização inclui apenas “aqueles que estão nas reservas, serviram nas Forças Armadas e possuem habilidades e experiência relevantes”, embora, acrescente, que recebam práticas militares adicionais antes de ingressarem nas forças e unidades de batalha.
O presidente destacou que o objetivo da mobilização faz parte do mesmo objetivo principal, ou seja, a libertação total do território de Donbas (leste da Ucrânia).
Ele indicou que os combatentes lutarão no território da autoproclamada República Popular de Donetsk, em Donbas. “Com base em planos e decisões do Ministério da Defesa e do Estado de Maio”, frisou.
O líder russo fez essas declarações um dia depois que as regiões ucranianas de Donbas (leste) e Kherson (sul) e Zaporizhia (sul) anunciaram que realizarão referendos sobre a adesão à Federação Russa de 23 a 27 de setembro.
A Rússia tomará todas as medidas para se defender
A mobilização é a primeira na Rússia desde a Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, o ministro da Defesa, Sergei Shoigú, proclamou no mesmo dia que a mobilização convoca 300 mil reservistas dos dois milhões que o país possui.
“Será sobre os passos necessários e urgentes para defender a soberania, a segurança e a integridade territorial da Rússia, com o apoio da vontade de nossos compatriotas de decidir seu próprio futuro por conta própria. […] Para proteger a Rússia e o povo, usaremos todos os meios à nossa disposição ”, afirmou Putin.
Putin acusou os países ocidentais de recorrem a políticas agressivas para manter seu domínio “com todas as suas forças” e “continuam a impor flagrantemente sua vontade a outros países e povos, impondo seus pseudovalores”, explicou.
O Ocidente pretende dividir e destruir a Rússia
“O objetivo do Ocidente é, em última análise, enfraquecer, dividir e destruir nosso país”, disse Putin.
Desde o primeiro momento em que a operação militar especial russa começou na Ucrânia, em 26 de fevereiro, o gigante euroasiático tem sido alvo de acusações, além de embargos em diversos setores pela Ucrânia e seus aliados ocidentais, em especial os Estados Unidos, que tem como seu objetivo a destruição e o fracasso do país no campo de batalha. Perante tais acusações, Moscou tem repetidamente assegurado que a sua operação prossegue como planeado, de forma a “desmilitarizar” e “desnazificar” o país europeu, bem como impedir que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), liderada pelos EUA, o transforme em uma base anti-Rússia.