Acordo entre Moscou e Pyongyang promete assistência militar mútua em caso de agressão estrangeira, intensificando tensões globais em meio a conflitos com o Ocidente.
Nova aliança entre moscou e pyongyang: Putin e Kim consolidam pacto militar
Em um movimento estratégico que pode mudar o equilíbrio de poder na Ásia e na política global, o presidente russo Vladimir Putin ratificou um tratado de segurança com a Coreia do Norte. A parceria, que foi formalizada durante uma visita de Putin a Pyongyang em junho de 2024, foi ratificada pela Duma Estatal e pelo Conselho da Federação Russa. Agora, com o selo final de Putin, a aliança entre Moscou e Pyongyang entra oficialmente em vigor.
O tratado contém promessas explícitas de cooperação militar entre os dois países em caso de agressão estrangeira, comprometendo-se a fornecer assistência mútua por todos os meios disponíveis, de acordo com o Artigo 51 da Carta da ONU. A parceria destaca a crescente tensão entre o bloco liderado pela Rússia e seus aliados, em contraste com as potências ocidentais.
O que o tratado significa para a segurança regional?
O novo acordo firmado entre Moscou e Pyongyang reforça a ideia de uma frente unida contra o Ocidente. Segundo o documento, ambos os países se comprometem a “garantir a paz e segurança regional e internacional” e a não assinar acordos com terceiros que possam ameaçar suas soberanias ou interesses nacionais. A Rússia e a Coreia do Norte também expressaram sua oposição às sanções impostas por países ocidentais, considerando-as ilegais e contrárias ao direito internacional.
O tratado ocorre em um momento crítico, com a Rússia envolvida em um conflito prolongado na Ucrânia e sob sanções cada vez mais severas dos Estados Unidos e da União Europeia. Para Pyongyang, essa aliança representa uma oportunidade de se fortalecer diante do cerco imposto por sanções internacionais devido ao seu programa nuclear.
Um pacto de defesa mútua em tempos de incerteza
A cláusula mais significativa do tratado é a promessa de assistência militar em caso de ataque. Se qualquer uma das nações for atacada, a outra deverá fornecer imediatamente suporte militar. Essa disposição pode ter repercussões consideráveis, especialmente considerando o cenário de tensão na Península Coreana e o conflito em andamento na Ucrânia.
Embora as acusações de que Pyongyang estaria enviando tropas para apoiar a Rússia na Ucrânia tenham sido negadas, o tratado reforça a ideia de que os dois países estão prontos para intensificar sua cooperação militar. “Os detalhes da nossa cooperação não são da conta de ninguém”, declarou Putin, em resposta às alegações ocidentais.
Impacto global: uma nova era de confrontação com o ocidente?
A aliança entre Rússia e Coreia do Norte também pode ter consequências diretas para as relações globais. Com a recente reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos e seu posicionamento mais agressivo em relação à China e ao Irã, o novo pacto pode desencadear uma resposta das potências ocidentais, intensificando o isolamento econômico de Moscou e Pyongyang.
Para a Europa, que já enfrenta crises econômicas e políticas internas, a nova aliança representa mais um desafio. A Alemanha, por exemplo, já lida com a desintegração de sua coalizão de governo e uma economia em recessão. A necessidade de lidar com uma Rússia fortalecida pode pressionar ainda mais a União Europeia a repensar suas políticas de defesa e segurança.
Um novo capítulo na geopolítica mundial
O fortalecimento da aliança entre Moscou e Pyongyang é mais um sinal de que o mundo está se movendo para uma nova era de blocos geopolíticos. Enquanto a Rússia busca aliados para resistir à pressão ocidental, a Coreia do Norte aproveita a oportunidade para se fortalecer economicamente e politicamente. No entanto, essa aproximação traz consigo riscos significativos de escalada militar, especialmente em regiões já voláteis como o Leste Asiático e o Leste Europeu.
Com esse novo pacto, Putin e Kim Jong-un enviam uma mensagem clara ao Ocidente: a Rússia e a Coreia do Norte estão prontas para enfrentar, juntas, os desafios impostos por seus adversários.