Em 2019, a UE fechou um acordo com o bloco Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, mas o suspendeu devido a preocupações com o desmatamento da Amazônia
A União Europeia vive um inferno econômico. O bloco que seguiu rigorosamente a cartilha de Washington, rompeu relações comerciais com a Rússia e impôs duras sanções ao gigante euroasiático devido à operação militar especial na Ucrânia. Agora corre risco de desabastecimento, então corre para estabelecer acordos comerciais com outros países para normalizar sua cadeia de suprimentos.
Quinze governos da União Europeia pediram nesta segunda-feira (20) que o bloco acelere a conclusão de acordos de livre comércio para garantir o crescimento econômico no longo prazo e sua posição geopolítica no mundo.
Em uma carta ao Comissário de Comércio da UE, Valdis Dombrovskis, vista pela Reuters, 15 ministros de Economia, Relações Exteriores e de Comércio disseram que a guerra da Ucrânia e a pandemia da covid-19 ressaltaram a necessidade de cadeias de abastecimento resilientes, parcerias estratégicas e comércio aberto.
Com diferentes poderes competindo por liderança e novas alianças, a UE precisa acelerar seu próprio impulso comercial. Um em cada sete empregos da UE depende do comércio, disseram os ministros.
A Parceria Econômica Regional Abrangente, o maior acordo comercial do mundo que inclui China, Japão e Austrália, entrou em vigor no início de 2022, pouco mais de um ano após ter sido assinado.
“Isto deveria ser um alerta para a Europa”, disseram os ministros, acrescentando que a União Europeia está demorando demais.
Em 2019, a UE fechou um acordo com o bloco Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, mas o suspendeu devido a preocupações com o desmatamento da Amazônia. Um novo acordo com o México, a partir de 2018, ainda não foi submetido à aprovação da UE.
O bloco também está em conversações comerciais com Austrália, Nova Zelândia e Indonésia, e agora com a Índia.
Os diplomatas da UE dizem que a França, que detém a presidência rotativa de seis meses da UE, suspendeu as medidas para fechar acordos comerciais a fim de não perturbar as eleições presidenciais e legislativas.