Quem plantou os planos golpistas de Bolsonaro?

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Disputa eleitoral deve ser decidida logo no primeiro turno

Em 2016, abriu-se a porta para um precedente até então inusitado: a deposição da Presidenta por motivação puramente política, sem nenhum fato que realmente a incriminasse, em oposição ao que está previsto na Constituição Federal de 1988.

Tal precedente permitiu uma “interpretação criativa” da Constituição, que foi moldada conforme os interesses da maioria política de então.

Mas, constituições são feitas justamente para se evitar isso, ditaduras de supostas maiorias.

A oposição ao governo Dilma-PT ao tornar-se majoritária institucionalmente, agiu de forma irresponsável, abrindo assim as portas de algo semelhante a uma “caixa de pandora”.

Junto com isso, a conivência do Judiciário, principalmente do STF, não só, não barrou o golpeachment, como, posteriormente, não evitou a prisão ilegal do Lula em 2018.

Hoje o STF é motivo de chacota por diversos segmentos da população, principalmente pelos mais afetos ao bolsonarismo. O próprio Presidente fica “de brincadeira” tentando algo como o “drible da vaca” no STF. A origem desse descrédito está naquela conivência com o golpe.

Mas, por que isso? Afinal foi o STF que viabilizou a trajetória política do país desde o golpe até a eleição de Bolsonaro e o desastre do seu governo?

Bem, nos parece que as coisas saíram do controle, e o que era aspiração dos que deram o golpe em Dilma e prenderam Lula, “para se livrar do PT”, se virou contra eles e toda a população. Contra eles por que derrubaram o PT mas não levaram a eleição seguinte. Contra o povo, por que o projeto político desde então é tudo, menos popular.

Não por falta de aviso, mas sim por falta de certo conhecimento da história e dos meandros de nossa sociedade.

O Brasil profundo, já alertaram várias estudiosas e estudiosos, tem um quê de conservador extremado, com reflexos na direita institucional, que se revelava, nas falas reacionárias dos políticos, mas principalmente na violência dos becos contra travestis, nos quartos contra as mulheres, nas camas contra as crianças em suas próprias casas, na rua em plena luz do dia nos linchamentos e na violência policial contra favelados, contra negros e negras, e até mesmo dentro dos quarteis contra os soldados…

Os alertas foram subestimados, e tudo o que foi cultivado de preconceito, ódio, rancor, supremacismo desabrochou a flor bolsonarista.

Hoje ele tergiversa com o STF, cria manchete atrás de manchete, busca descredibilizar no nível máximo o Judiciário, que é o grande coordenador do processo eleitoral. Assim aumenta suas chances de questionar as eleições no provável cenário de derrota para Lula e o PT, novamente.

Melhor não subestimar desta vez, e, inclusive, podar na raiz as práticas de um dito centro, neutro, imparcial, que busca apenas a verdade dos fatos, que é ponderado e moderado, mas que no final das contas sempre foi a direita que não tinha coragem de dizer o próprio nome.

Melhor encerrar essa disputa o quanto antes, logo no primeiro turno. Assim reduzimos as chances de um novo golpe prosperar, pois é mais difícil questionar as eleições no primeiro turno, que elege governadores, deputados e senadores, do que no segundo, em que só haverá dois candidatos.

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