Reino Unido fornece mísseis de longo alcance para Kiev, Rússia estuda resposta

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A nova capacidade é apresentada como uma “virada de jogo” por um funcionário dos EUA, falando à rede de notícias

O Reino Unido forneceu vários mísseis de cruzeiro Storm Shadow para a Ucrânia, informou a CNN, citando altos funcionários do ocidente. Kiev há muito pede armas com maior alcance para ter a capacidade de atingir alvos russos bem atrás das linhas de frente.

O míssil é “uma verdadeira virada de jogo do ponto de vista de alcance”, disse um alto oficial militar dos EUA à CNN, comentando sobre a remessa, que o canal de notícias informou na quinta-feira.

Uma reportagem anterior do The Washington Post disse que a entrega ocorrerá em breve.

A mudança na situação militar “exigirá uma resposta firme” da Rússia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentando a notícia. Ele prometeu que as decisões apropriadas seriam tomadas pelos comandantes russos, sem indicar quais seriam.

A arma foi desenvolvida na década de 1990 pelo Reino Unido e pela França e normalmente é lançada do ar. Ele pode atingir alvos a até 300 quilômetros de distância, o que é comparável ao Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS) fabricado nos EUA.

The Washington Post disse que Londres espera que seu exemplo convença os EUA a fazer o mesmo e também entregar armas de longo alcance, mas de acordo com o Politico, Washington não tem interesse.

Os EUA estão supostamente preocupados com o esgotamento de seu estoque de ATACMS e uma possível escalada, caso Kiev use sua nova capacidade para atingir alvos em território reconhecido como russo pelas nações ocidentais.

De acordo com avaliações não confirmadas e classificadas do Pentágono vazadas em um servidor Discord, Washington acredita que tal desenvolvimento poderia convencer Pequim a fornecer assistência militar à Rússia.

A CNN, citando uma autoridade ocidental, informou que Londres “recebeu garantias do governo ucraniano” de que os mísseis Storm Shadow seriam usados ​​“apenas dentro do território soberano ucraniano e não dentro da Rússia”. Mas Kiev considera a Crimeia, que votou de forma esmagadora para se tornar parte da Rússia em 2014, e as quatro regiões, incluindo as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, que se juntaram ao país em setembro, como parte de seu território.

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, disse à imprensa esta semana que a tão esperada contra-ofensiva contra a Rússia foi adiada porque seus militares ainda precisam de algumas coisas para serem entregues. Ele citou os veículos blindados como exemplo.

Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, avaliou que os ucranianos já têm “o que precisam para continuar a ter sucesso na recuperação de território” de Moscou. Muitos observadores ocidentais descreveram a operação prometida como crucial para todo o conflito na Ucrânia, sugerindo que Kiev pode ver o apoio estrangeiro diminuir, a menos que prove que pode utilizá-lo para obter ganhos no terreno.

Moscou, que considera as hostilidades na Ucrânia como parte de uma guerra por procuração liderada pelos Estados Unidos contra a Rússia, disse que o fornecimento contínuo de armas ocidentais está apenas prolongando o conflito. O governo disse que não tem opção de recuar, até que a questão central da expansão da OTAN em direção à sua fronteira, inclusive na Ucrânia, seja abordada.

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