O governo russo alerta para a possibilidade de um confronto com o Ocidente, caso os Estados Unidos e seus aliados não ofereçam garantias de segurança
“A falta de progresso na solução político-diplomática deste problema fará com que nossa resposta seja militar e técnico-militar”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Riabkov, denunciando a expansão militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN sobre as fronteiras ocidentais da Rússia.
Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin, havia exigido garantias de segurança juridicamente vinculativas de que a OTAN não se expandisse mais para o leste, nem colocaria suas armas perto do território russo.
De fato, Moscou denuncia o crescente aparato militar do bloco em suas fronteiras ocidentais como resultado do apoio à Ucrânia.
No final de novembro, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, relatou que as armas nucleares do bloco militar poderiam ser transferidas para os países do Leste Europeu se a Alemanha se recusasse a implantá-las em seu território.
Já foram levantadas vozes de alerta sobre a eclosão de uma guerra nuclear entre a Rússia e o Ocidente, se os EUA e seus aliados não suspenderem o apoio à Ucrânia, pois é considerado improvável que Moscou seja capaz de aceitar a instalação de armas nucleares próximo ao seu território, ou mesmo movimentos em grande escala das tropas da OTAN na Ucrânia.
Diante dessa situação, Riabkov afirmou em suas declarações nesta segunda-feira, que apenas dar “garantias de que a OTAN não tem intenção de implantar tais armas nucleares não nos convence de nada”.
Nesse sentido, o diplomata russo destacou que “não há confiança na OTAN como uma aliança de princípio”.
Nos últimos meses, o bloco militar ocidental transferiu milhares de soldados para os países bálticos e para a região do Mar Negro, áreas muito próximas da fronteira ocidental da Rússia.
Por sua vez, a Rússia posicionou unidades do Exército perto da Ucrânia, argumentando a necessidade de defesa e dissuasão contra a ameaça de um possível ataque da OTAN e seus cúmplices ucranianos.
Os EUA e a Ucrânia estão tentando consolidar a ideia de que a Rússia está preparando uma incursão em território ucraniano, que poderia ocorrer no início de 2022, e por isso destacou soldados na área.