A embaixada de Moscou exigiu que Berlim assumisse a responsabilidade pelas atrocidades do Terceiro Reich
A Rússia emitiu uma exigência formal para que a Alemanha reconheça oficialmente o cerco à Leningrado durante a Segunda Guerra Mundial, e outras atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich na URSS, como atos de genocídio.
A nota diplomática emitida pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia ao Ministério Federal das Relações Exteriores em Berlim, no final de fevereiro, foi uma resposta a declaração divulgada por Berlim em 27 de janeiro, dos 80 anos desde o cerco de Leningrado (atual São Petersburgo).
Berlim afirmou que estava “empenhada em garantir que a memória das atrocidades dos crimes de guerra alemães na Segunda Guerra Mundial seja mantida e reconhece expressamente a sua responsabilidade histórica pelos crimes cometidos em Leningrado pela Wehrmacht alemã”.
Os diplomatas russos, em resposta, apontaram para a “natureza contraditória da abordagem do lado alemão à questão do reconhecimento oficial dos crimes contra a humanidade cometidos pela Alemanha no passado como atos de genocídio”, diz o documento.
Moscou observou que Berlim já reconheceu os seus crimes da era colonial como genocídio, mas ainda não fez o mesmo em relação ao cerco a Leningrado e outros crimes contra o povo da União das Repúblicas Socialistas Soviética.
“O lado russo insiste no reconhecimento oficial pelo lado alemão das atrocidades do Terceiro Reich como atos de genocídio”, diz a nota.
De acordo com números divulgados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia no mês passado, o bloqueio de Leningrado pela Alemanha nazista – que começou em 8 de Setembro de 1941 e durou 872 dias – resultou na morte de mais de um milhão de pessoas, metade da população da cidade. A invasão da União Soviética pelas forças de Hitler causou a morte de mais de 13,6 milhões de civis.