Os Estados Unidos e a OTAN alertaram esta quarta-feira a Rússia de que um ataque à Ucrânia terá “sérias consequências” e “um custo muito pesado” para Moscou na mais séria advertência do Ocidente a Putin desde que a Rússia concentrou milhares de tropas junto à fronteira com aquele país
“Não sabemos se Putin tomou a decisão de atacar ou não. O que sabemos é que está a ocupar o território que permitirão fazê-lo num curto espaço de tempo se assim o decidir”, afirmou o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken à entrada para uma reunião dos chefes da diplomacia da OTAN, em Riga.
“Caso a Rússia escolha o caminho da confrontação, queremos deixar claro que iremos responder de forma resoluta, incluindo através de medidas de grande impacto econômico que nos evitamos usar no passado”, acrescentou, sem especificar.
Analistas dizem que, além de fortes sanções econômicas, os aliados podem avançar com o cancelamento do gasoduto Nord Stream 2, que irá transportar gás russo para a Europa e que é vital para o futuro da economia russa.
Blinken, que hoje se reúne com o MNE russo, Sergei Lavrov, não referiu a possibilidade de uma intervenção militar, uma vez que a Ucrânia não faz parte da OTAN, mas admitiu que a Aliança poderá ajudar o país a reforçar as suas defesas.
Putin quer travar expansão da OTAN
O presidente russo Vladimir Putin exigiu esta quarta-feira “negociações sérias” com os EUA e os seus aliados “para alcançar acordos concretos que excluam novos avanços da OTAN no Leste da Europa e a instalação de sistemas de armamento avançados nas proximidades do território russo”. A Rússia acusou ainda a Ucrânia de mobilizar “metade do seu Exército” para lançar uma ofensiva contra as regiões separatistas pró-russas da região do Donbass, o que o governo de Kiev nega de forma veemente.