Na última quarta-feira, 14, o semáforo da avenida Visconde de Souza Franco com a rua Municipalidade teve seus cabos furtados, causando transtornos ao trânsito, além de prejuízos com a recomposição do equipamento e com o deslocamento de agentes à área para organizar o tráfego. Mas este caso de dano ao patrimônio público infelizmente não foi um caso isolado. Na segunda-feira, 12, o mesmo semáforo, assim como o da esquina da Municipalidade com a Tv. Dom Pedro I, também teve seus cabos furtados, o que já soma cinco ataques ao mesmo equipamento desde janeiro.
Diversos semáforos vêm sendo alvos de furtos e vandalismos na capital paraense, em uma ação criminosa que se intensifica desde o início deste ano. Na maioria dos casos, o furto ocorre de madrugada, mas há situações em que a audácia é tamanha que o crime ao patrimônio ocorre em plena luz do dia, como no início deste mês de abril, quando viaturas da polícia militar flagraram um homem que furtava cabos do semáforo da avenida Tamandaré com a travessa São Pedro.
“Esses furtos ocorrem para a venda do cobre da fiação, e a recomposição pesa nos cofres públicos, porque são cabos revestidos com um plástico resistente às intempéries. O que fica para a cidade é o prejuízo de ter que destinar dinheiro público para recompor os equipamentos, além do risco de acidentes em vias de grande tráfego, que ficam sem semáforo por causa dessas ações”, lamenta o diretor de Trânsito da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB), Roberto Broni.
Em janeiro, o mesmo semáforo da Tamandaré com a São Pedro, já havia sido alvo de furto, assim como outro equipamento da avenida Assis de Vasconcelos com a travessa Gaspar Viana. Mais recentemente foi registrada outra ocorrência com semáforos de travessia de pedestre no início da avenida Nazaré com a Assis de Vasconcelos. O fato da reincidência nos mesmos endereços ou em locais sempre no mesmo raio de localização não é ao acaso.
“Percebemos que, quando essas pessoas saem para agir, elas vão seguindo na mesma via, danificando equipamentos próximos”, diz Helder Rodolfo Barbosa, coordenador da equipe de manutenção semafórica da SeMOB. “O fato de a polícia ter flagrado o momento de um furto é fundamental para tentar traçar esse mercado de furto de cabo de cobre, para se chegar até quem compra”, completa o diretor de Trânsito.
Vandalismo – Além do furto de cabos, os semáforos são alvo fácil de outros tipos de vandalismos. “Muitas vezes abrem a caixa do controlador do semáforo só com o intuito de vandalizar mesmo. Algumas vezes apenas desligam o equipamento, mas também há casos em que o danificam”, explica Helder Barbosa. Não raro o semáforo de travessia da avenida Júlio César com a Centenário, por exemplo, é desligado manualmente, e sobra para a equipe de manutenção semafórica ou agentes de trânsito da SeMOB fazerem a religação. Já houve registro de vandalismo também em controladores localizados na Av. Augusto Montenegro.
E este problema, que se tornou mais corriqueiro de uns tempos para cá, não é novo. “Em novembro do ano passado tivemos um furto de aproximadamente 40 lâmpadas de LED de semáforos. Também tivemos mais de 30 caixas de controladores danificadas. Nesse caso elas foram vandalizadas, mas não roubaram nada”, destaca Helder Barbosa.
Esperança Bessa
AGÊNCIA BELÉM