“A transição para moedas nacionais está se desenvolvendo muito rapidamente”, disse Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia
A Rússia fará tudo para que o BRICS reforce suas posições no cenário internacional durante sua presidência, disse Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia.
“No próximo ano, presidiremos o quinteto [de Estados-membros do BRICS], que não serão mais cinco, como eu disse, praticamente dobrará o número de membros, e faremos tudo para que o BRICS fortaleça sua posição no cenário internacional, e continue desempenhando um papel cada vez mais significativo na formação de uma ordem mundial justa”, disse Lavrov em um discurso no fórum internacional de cientistas e especialistas Leituras de Primakov.
O BRICS reúne a África do Sul, o Brasil, a China, Índia e Rússia. Na cúpula de Joanesburgo, em agosto, foi anunciado que a a Arábia Saudita, Argentina, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Irã seriam convidados para membros plenos da organização a partir de 1º de janeiro de 2024.
O chanceler também abordou a questão de pagamentos transfronteiriços entre os Estados-membros do grupo.
“Estamos discutindo esse tópico no âmbito do BRICS e [da] Organização de Cooperação de Xangai [OCX]. As plataformas de pagamento alternativas estão sendo ativamente introduzidas, a transição para moedas nacionais está se desenvolvendo muito rapidamente”, contou Lavrov.
Ele acrescentou que a Índia e a China estão cuidando de seus interesses e provavelmente entendem que uma saída abrupta do sistema existente seria prejudicial para suas economias.
“Mas está decorrendo uma saída gradual da dependência do dólar, da dependência dos sistemas de pagamento, das cadeias de suprimentos que o Ocidente está construindo”, acrescentou o ministro.
Ele referiu que as consultas sobre plataformas de pagamento comuns na OCX estão em andamento, mas não resultaram em instruções específicas. As recomendações dos ministros das Finanças e bancos centrais do BRICS sobre plataformas de pagamento devem ser consideradas “com o objetivo de tomar algumas decisões” durante a presidência da Rússia no BRICS em 2024.
Segundo Lavrov, “não creio que precisemos pensar em como restaurar as relações com a Europa. Precisamos pensar em como não depender dessas reviravoltas na política europeia, em primeiro lugar na política comercial, econômica e de investimentos, que a Europa está fazendo sob a influência de Washington”.
Ele sublinhou que a Rússia deve se proteger em todos os setores-chave da economia, da vida e da segurança, dos quais depende o futuro do país.