Spike Lee chama Bolsonaro de ‘mafioso sem moral’ durante Festival de Cannes

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Principal homenageado do festival, Lee criticou Bolsonaro, Trump e Putin: ‘Este mundo é governado por gângsters’

Presidente do júri 74ª edição do Festival de Cannes, o cineasta americano Spike Lee criticou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) durante a cerimônia de abertura, nesta terça-feira (6) na França. O chefe de estado brasileiro foi alvo junto do ex-presidente americano Donald Trump e do presidente russo Vladmir Putin.

 

Spike Lee chama Bolsonaro de gângster em Cannes: 'Não tem escrúpulos' ·  Notícias da TV

O cineasta Spike Lee em Cannes; diretor criticou Jair Bolsonaro na abertura do festival de cinema

“Este mundo é governado por gângsteres”, disse Lee durante uma coletiva de imprensa. “O Agente Laranja [Donald Trump] , o Cara do Brasil [Bolsonaro] e o [presidente russo Vladimir] Putin. Eles são gângsters e farão o que quiserem. Eles não têm moral nem escrúpulos.” Lee também deplorou a brutalidade contra os negros em América.

A tradicional coletiva de imprensa que antecedeu a abertura da maior competição de cinema do mundo imediatamente ganhou contornos políticos, em uma prévia do que pode ser a 74ª edição do festival, após seu cancelamento no ano passado devido à pandemia.

Spike Lee é o grande homenageado desta edição do festival e inclusive estampa o pôster oficial. O diretor, de 64 anos, é o primeiro afro-americano a presidir o júri do festival, também composto pelo brasileiro Kleber Mendonça Filho, outro crítico de Bolsonaro. O júri decidirá quem levará a Palma de Ouro.

Lee fez menção a ter exibido em Cannes, em 1989, o filme Faça a coisa certa, sobre a violência contra os negros nos Estados Unidos. “Quando vemos como o irmão Eric Garner e o rei George Floyd foram mortos, linchados… podemos pensar que depois de 30 malditos anos, os negros poderiam parar de ser caçados como animais”.

Cinemateca

Mas Lee não foi o único a associar o cinema à militância: os demais membros do júri também usaram da palavra nesse sentido. O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho lembrou a pandemia que vive o país, com mais de meio milhão de mortes por Covid-19. “Segundo dados técnicos, se o governo tivesse feito a coisa certa, 350 mil vidas teriam sido salvas”. 

Lamentou também o “fechamento há mais de um ano da Cinemateca Brasileira, com 90 mil títulos e todos os técnicos e especialistas demitidos”. “É uma forma muito clara de reprimir a cultura e o cinema”, afirmou Kleber Mendonça, que considera que “uma das formas de resistir é passar a informação e falar sobre ela”.

Já as mulheres do júri, que são a maioria, exigiram mais igualdade na indústria. “Mesmo dentro de uma cultura tão masculina, fazemos filmes diferentes, explicamos as histórias de uma outra maneira. Vamos ver o que acontece” com um júri de cinco mulheres e quatro homens, observou a atriz americana Maggie Gyllenhaal.

Cannes 2021

Com o musical Annette, Adam Driver e Marion Cotillard na abertura, o Festival de Cannes programou o maior número de filmes em sua mostra oficial em comparação com as últimas edições, apesar das rígidas condições sanitárias.

A Palma de Ouro será disputada por cineastas renomados, como o americano Wes Anderson, o holandês Paul Verhoeven, o iraniano Asghar Farhadi e diretores que já receberam o prêmio máximo em Cannes, como o italiano Nanni Moretti e o tailandês Apichatpong Weerasethakul.

O festival, que não foi realizado no ano passado devido à pandemia, deseja recuperar o tempo perdido: 24 filmes, rodados antes e durante a pandemia, estão na mostra oficial – o maior número dos últimos anos.

Paralelamente, o Festival concederá nesta terça-feira a Palma de Ouro honorária à atriz e diretora Jodie Foster, que compareceu a Cannes pela primeira vez ainda adolescente, há 45 anos, para apresentar Taxi driver, de Martin Scorsese. Nele, contracenou com Robert De Niro.

As celebridades poderão tirar a máscara e posar para as câmeras no tapete vermelho, mas a organização do festival estabeleceu estritas condições de acesso. Europeus vacinados, ou com imunidade natural, devem apresentar o documento de saúde reconhecido pela UE, enquanto os demais participantes devem ser submetidos a um teste de PCR a cada 48 horas. As salas não terão, no entanto, limite de capacidade. (AFP)

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