Suspensão de Brasil x Argentina gera repercussão: ‘papelão mundial’ e ‘escândalo’

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
A CBF lamentou a suspensão da partida neste domingo e se disse ‘surpresa’ com a ação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Poucos minutos após a Anvisa entrar no gramado e suspender a partida entre Brasil e Argentina pelo descumprimento de protocolos sanitários, o episódio ganhou destaque nos principais jornais internacionais. O Olé, diário esportivo mais famoso do país rival, classificou o episódio como um “papelão mundial”.

“Incrível mas real… nunca antes foi visto um oficial de fora da partida entrar em campo e parar tudo. É o que aconteceu em São Paulo”, escreveu o periódico.

Clarín, também da Argentina, chamou a suspensão da partida de “escândalo”, assim como o espanhol Marca, que publicou uma foto de Emiliano Buendía, Emiliano Martínez, Lo Celso e Cristian Romero viajando juntos para o confronto com o Brasil. O As, também da Espanha, destacou as informações falsas dadas pelos atletas: “Quatro jogadores argentinos falsificaram seus formulários”.

The Guardian colocou em sua manchete que as autoridades brasileiras “tentaram deportar” os quatro jogadores argentinos irregulares para a partida. O jornal destacou o comentário de Claudio Tapia, presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), que negou que os atletas tenham mentido.

“Existe uma legislação sanitária que rege todos os torneios sul-americanos. As autoridades sanitárias de cada país aprovaram um protocolo que temos cumprido ao máximo.”, disse. “O que vivemos hoje é lamentável para o futebol, é uma imagem muito ruim.”

O italiano La Gazzetta dello Sport escreveu que o jogo foi interrompido “por falta de quarentena”, chamando os quatro atletas argentinos de “jogadores da discórdia”. Na mesma linha, o francês L’Equipe citou uma “violação de protocolos de Covid”.

O jogo entre Brasil e Argentina foi paralisado aos cinco minutos do primeiro tempo quando agentes da Anvisa e da Polícia Federal entraram em campo informando que atletas da seleção vizinha deram informações falsas ao ingressarem no Brasil. Segundo o órgão eles deveriam ter feito uma quarentena e ser mandados de volta ao país de origem, mas foram escalados para o confronto. Agora, a Fifa determinará os próximos passos para a definição do duelo.

CBF se diz ‘surpresa’

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamentou a suspensão da partida entre o Brasil e a Argentina, neste domingo, e se disse “surpresa” com a ação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“A CBF defende a implementação dos mais rigorosos protocolos sanitários e os cumpre na sua integralidade. Porém ressalta que ficou absolutamente surpresa com o momento em que a ação da Agência Nacional da Vigilância Sanitária ocorreu, com a partida já tendo sido iniciada, visto que a Anvisa poderia ter exercido sua atividade de forma muito mais adequada nos vários momentos e dias anteriores ao jogo”, disse a CBF, em comunicado.

Minutos antes, em entrevista à TV Globo, o presidente em exercício da entidade, Ednaldo Rodrigues, criticou diretamente a Anvisa pela paralisação da partida, válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2022. “A Anvisa extrapolou nas suas decisões, poderia ter evitado tudo antes”, declarou o dirigente, antes de afirmar que levou um “susto” com a ação.

A operação seria realizada no vestiário, mas a delegação argentina se trancou no local e afirmou que iria embora caso alguém entrasse no local. O jogo começou e, aos cinco minutos, o confronto foi paralisado quando agentes da Anvisa e da Polícia Federal conversaram com o delegado da partida para paralisar o duelo. Depois disso teve um início uma confusão na beira do gramado. Até Messi e Neymar tentaram intervir, mas o clássico foi paralisado.

Em seu comunicado, a CBF negou ter interferido na entrada e na permanência dos quatro jogadores argentinos em solo brasileiro. “A CBF destaca ainda que em nenhum momento, por meio do Presidente interino, Ednaldo Rodrigues, ou de seus dirigentes, interferiu em qualquer ponto relativo ao protocolo sanitário estabelecido pelas autoridades brasileiras para a entrada de pessoas no país.”

A Argentina enfrentou a Venezuela na última quarta-feira, na casa dos adversários, e desembarcou em Guarulhos na sexta-feira, para enfrentar o Brasil. No aeroporto, os jogadores foram questionados se tiveram passagem por Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia nos últimos 14 dias. Desde junho, passageiros que visitaram esses países no período de duas semanas são impedidos de entrar no Brasil, como precaução contra a disseminação da variante Delta do coronavírus.

“O papel da CBF foi sempre na tentativa de promover o entendimento entre as entidades envolvidas para que os protocolos sanitários pudessem ser cumpridos a contento e o jogo fosse realizado. A CBF reitera sua decepção com os acontecimentos e aguarda a decisão da Conmebol e da Fifa em relação à partida”, finalizou a CBF.

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