Técnico da Saúde é ouvido na CPI sobre a compra da vacina Covaxin

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
William Amorim Santana relata erros em informações enviadas pela Precisa sobre contrato da Covaxin

Willian Amorim Santana é  testemunha ouvida pela CPI da Pandemia nesta sexta-feira (9).  Já no início de seu depoimento, ele frisou que não é um servidor público, mas sim um consultor técnico da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) que atua junto à divisão de importação do Departamento de Logística do Ministério.

Santana negou que tenha negociado a aquisição da vacina indiana Covaxin. Afirmou que sua atuação se restringe a analisar invoices e pedir a abertura da licença de importação. William destacou que não atuou na “negociação ou celebração do contrato”. “Tampouco estive presente em quaisquer reuniões ou encontros nessa temática”.

Willian Santana é técnico da divisão de importação do Ministério e o nome dele foi citado na CPI pela fiscal de contratos da pasta Regina Célia Oliveira na terça-feira (6). Na ocasião, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), ao descobrir que teria sido Willian o responsável por avisar à Precisa que as invoices (espécie de faturas para negociações internacionais) estavam com irregularidades, também defendeu a convocação do servidor.

A testemunha ouvida nesta sexta-feira é subordinada a Luis Ricardo Miranda, que já depôs à comissão e disse que sofreu “pressão atípica” de seus superiores hierárquicos para aprovação rápida da negociação com a Bharat.

Santana afirmou ter verificado uma série de erros e inconsistências nas informações enviadas pela Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde na compra da vacina indiana Covaxin. O contrato de R$ 1,6 bilhão, hoje suspenso, é investigado pela CPI da Covid. Os senadores suspeitam de um esquema de corrupção no Ministério da Saúde para a compra das doses produzidas pelo laboratório indiano Barath Biontech.

Ele detalhou o recebimento de três invoices (espécie de faturas para negociações internacionais) da Precisa com informações inconsistentes com o contrato assinado no Ministério da Saúde. Até a terceira versão, ainda havia inconsistências, de acordo com ele. Os documentos foram enviados pela empresa para William e outros contatos do Ministério da Saúde entre os dias 16 e 24 de março.

No primeiro contato, a Precisa encaminhou apenas o contrato assinado. A primeira invoice chegou no dia 18, com erros. Ele afirmou ter acionado, no dia 22 de março, a fiscal do contrato, Regina Célia, apontando divergências. A quantidade de doses para o primeiro embarque estava menor e o documento trazia o nome de uma empresa que não fazia parte do contrato assinado, conforme o depoimento.

Luis Ricardo Miranda contou também aos senadores que na análise das invoices foram encontradas informações diferentes daquelas do texto original do contrato. Algumas dessas divergências: a forma de pagamento, a quantidade de doses e a indicação de uma empresa intermediária, a Madison Biotech, com sede em Cingapura. Por isso, foi solicitada a correção dessas discrepâncias.

Wilson Witzel

A previsão inicial da comissão para sexta-feira era enviar alguns senadores ao Rio de Janeiro para ouvirem, em reunião reservada, o ex-governador Wilson Witzel. Em depoimento à comissão, no dia 16 de junho, ele disse aos senadores ter “fatos graves” a relatar e garantiu que a corrupção na área da saúde do estado continuou após seu impeachment. Mas, depois da oitiva de Regina Célia, o comando da comissão decidiu priorizar esta semana linha de investigação sobre a compra da Covaxin. (Agência Senado)

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