Ela gravou ‘Namorinho de Portão’ e ‘Por Baixo’, canções que escrevi, era a pessoa mais sofisticada da Tropicália
A notícia da morte de Gal Costa nesta quarta-feira (9) chegou rasgando. Deixou muita gente desnorteada, sem saber o que fazer com tamanha perda. Gal foi gigante e nenhuma palavra que eu escreva aqui vai dar conta de sua dimensão.
Porém, em 1970, uma pessoa já fez isso por mim, e por todos nós. Durante o Programa Ensaio: Gal Costa e Som Imaginário, Tom Zé definiu Gal de um jeito impressionante. Logo depois, ela nos presenteia com uma interpretação incrível de “Sua Estupidez”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Neste momento de dor, deixo aqui as palavras de Tom Zé. Ninguém jamais poderia dizer algo tão profundo e impactante.
“Sabe uma faca me rasgando? O mundo se acabando? Não sei. Gal Costa cantora. Gal Costa, a mulher. A mulher terrível. A mulher linda. A noiva. A morta. A viúva. A maravilha. É muito difícil falar essas coisas. Não sei. Gal Costa sempre me trata com choques elétricos. Eu chego para ver ela e não vejo ela. E me arrebato por ela. E me arrebento por ela. E me desarrumo por ela. Não sei. É sempre surpreendente. Eu nunca sei o que vai acontecer. Cada vez acontece uma coisa estranha. Cada vez é como a vida estivesse se partindo, começando, se acabando. Gal Costa é muito maravilhosa.”
VOZ DO PARÁ: Essencial todo dia!