“Transamazônica : uma estrada para o passado”, estreia HBO

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Com direção de Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel, a produção brasileira que mostra a história do projeto de construção e o estado atual da rodovia

Resultado de uma coprodução com a Ocean Films, a série documental “Transamazônica – Uma Estrada para o Passado” narra, em seis episódios, detalhes sobre este marco que foi idealizado e teve as obras iniciadas durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, no fim dos anos 60. Com o objetivo de unificar a nação, sua construção foi uma saga gigantesca e o maior exemplo das obras faraônicas do governo militar brasileiro. A estrada, que promoveria a integração nacional cortando o país de leste a oeste, ficou mais conhecida por ligar a fome do Nordeste com a miséria da Amazônia, e teve sua construção abandonada.

“Transamazônica – Uma Estrada para o Passado” revisita a rodovia, quilômetro a quilômetro, em um retrato atual da região, mostrando desde a extração ilegal de madeira e os garimpos até o abandono da população. Cada personagem, região e seus conflitos são abordados para apresentar o que foi a Transamazônica e como os seus efeitos repercutem e ecoam ainda hoje.

A obra é assinada por Roberto Rios, Eduardo Zaca, Patricia Carvalho e Rafaella Giannini, da HBO Latin America Originals, e João Roni Garcia e Nuno Godolphim, da Ocean Films. Com direção de Jorge Bodanzky e Fabiano Maciel, que também assina o roteiro ao lado de Thiago Iacocca e Nuno Godolphim, a série documental conta com recursos da Condecine – Artigo 39 e estreia dia 11 de fevereiro, às 21h, no canal HBO Mundi.

Transamazônica

Transamazônica, ou Rodovia Transamazônica (BR-230), foi construída no decorrer do governo de Emílio Garrastazu Médici, entre os anos de 1969 e 1974. Uma obra de grande proporção que ficou conhecida como uma “obra faraônica”.

Para o desenvolvimento da obra, o governo conduziu para a região aproximadamente quatro mil homens (entre 1970 e 1973), isso com o intuito de abrir estradas e estabelecer a comunicação entre as cidades.

A execução do projeto aconteceu em um período de regime militar no Brasil, a rodovia tornou-se a terceira maior do país, com quatro mil quilômetros, percorrendo os estados da Paraíba, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas. A Transamazônica corta o Brasil no sentido leste-oeste, por isso é considerada uma rodovia transversal, no entanto, em grande parte, não é pavimentada. Os extremos da rodovia são respectivamente em Cabedelo (Paraíba) e Lábrea (Amazonas).

O objetivo de se construir uma rodovia dessa proporção era para interligar as regiões, especialmente a região Norte, com o restante do Brasil, e povoar aquela área tão desabitada. A inauguração aconteceu no dia 30 de agosto de 1972, a intenção original era que a rodovia fosse pavimentada, ligando a região Nordeste e Norte, além do Peru e o Equador, somando oito mil quilômetros.

Como a rodovia Transamazônica não é pavimentada, fica intransitável entre outubro e março, período que determina a época chuvosa na região. Sua construção provocou diversos problemas, entre eles o desmatamento que ocorre nas áreas próximas.

Vários trechos da rodovia Transamazônica são intransitáveis
Vários trechos da rodovia Transamazônica são intransitáveis

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