Todos nós, ou pelo menos a maioria, já sabemos que o tratamento precoce é ineficiente para superar a Covid-19. Por outro lado, a CPI do genocídio, como prefiro chamá-la, é um tratamento precoce para os problemas brasileiros, mas esta, diferente da cloroquina, tem eficácia comprovada.
Passamos por diversas crises, todas pioradas por termos um ser deplorável, um grotesco e irresponsável falastrão na presidência da república.
A simples existência de Bolsonaro como presidente torna tudo pior. Contudo, nada indica que foi sua existência como presidente que nos colocou na crise econômica, de empregos, de renda, de alimentação, educacional, ambiental, hídrica e social.
Nem mesmo a crise da democracia brasileira pode ser inteiramente colocada na conta de Bolsonaro.
Talvez, somente a crise sanitária tenha sido majoritariamente provocada pelo bolsonarismo negacionista que se tornou predominante em diversos setores sociais e políticos. Dai a correta denominação à CPI de CPI do genocídio. Pois, é isso que ela pode e deve provar, que o desprezo pelos métodos sanitários de enfrentamento da pandemia, cristalizam toda a irresponsabilidade do mandatário chefe da nação e seu menosprezo pela vida das pessoas, principalmente aquelas dos grupos de risco e mais vulneráveis socialmente.
Portanto, quanto a isso não há dissensos: Bolsonaro é um crápula genocida.
Contudo, quanto a praticamente todo o resto há dissensos, e não podemos nos enganar pelas páginas bem elaboradas dos jornalões, pelas ações do Judiciário, pela irresignação do MBL, ou mesmo pelos votos do Centrão contra o voto impresso. Quem hoje brada defender a democracia ou os empregos de dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras foi fiador das políticas operadas pelo governo Bolsonaro.
A pauta econômica unifica todos estes setores contra trabalhadores e trabalhadoras. Os colunistas do Globo dão a linha, defendem a política econômica neoliberal de Paulo Guedes. Eles são amplamente favoráveis às privatizações e só criticaram a da Eletrobras por que veio junto com “jabutis”. Dizem não ser possível a continuidade de um governo como esse, mas não se empenham em pressionar pelo impeachment como fizeram quando do golpe contra Dilma.
Por outro lado, não deixam de chamar Lula de corrupto, mesmo agora, inocentado. Além do que, quando os progressistas dizem que a eleição de 2018 foi uma grande fraude, porque Lula foi ilegalmente afastado, fazem como quem não vê.
Mas está aí, a farsa está escancarada. Como em 2018 os jornalões e toda a turma da direita gourmet se deram por satisfeitos com a ilegal suspensão da candidatura Lula, eles são na realidade, peças centrais e responsáveis diretos pelas instabilidades democráticas que vivemos. Afinal, se houve fraude, não foi nas urnas, mas nos tribunais.
Costumo focar nos jornalões porque eles criam as condições, manipulando a opinião pública e dando liga à sinistra coalizão que em 2016 promoveu o golpe, depois perdeu forças, mas passou a apoiar fervorosamente a pauta econômica de Bolsonaro/Guedes. Portanto, percebe-se a mídia como a argamassa da unidade dos capitalistas em torno do projeto neoliberal no Brasil.
Por tudo isso, é preciso ficar alerta, pois não haverá caminho fácil. Quem fez o que fizeram para sequestrar nossa democracia e entregar os produtos que o mercado tanto pediu, como as privatizações, a reforma trabalhista, a reforma da previdência, o teto de gastos e a descapitalização da Petrobras, não vai deixar barato. Precisamos nos empenhar. Todo o campo progressista tem que fazer muita mobilização, disputar as comunicações e estar preparado para todo tipo de boicote e sabotagem.
Por isso devemos exigir que este governo tenha um tratamento precoce: #ForaBolsonaro já! Afinal, esse tem eficácia comprovada. Não temos nada a perder, não nos aliaremos a quem apoia este governo, e mesmo que não consigamos o impeachment, como no tratamento precoce a base de CPI, manteremos o desgaste em alta e aumentamos nossas chances de uma vitória nas urnas … eletrônicas em 2022.(por Marcel Farah)
VOZ DO PARÁ: Essencial todo dia!