Três lados: China, Rússia e Estados Unidos disputam o futuro do mundo

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Fim da hegemonia americana: ex-General revela nova ordem mundial

A hegemonia dos Estados Unidos como única superpotência do mundo chegou ao fim. Esta foi a afirmação de Mark Milley, ex-presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, durante um encontro da Associação Americana de Banqueiros em Nova York. O general aposentado revelou que vivemos em um mundo multipolar, onde EUA, Rússia e China compartilham o protagonismo no cenário internacional. Esta mudança traz novos desafios geopolíticos e impõe a necessidade de redefinir a atuação estratégica de Washington.

A transição de um mundo unipolar para multipolar

Durante a Guerra Fria, duas superpotências dominavam a cena global: EUA e União Soviética. Com o colapso soviético, os EUA assumiram uma posição de liderança incontestável, marcando uma breve era unipolar. No entanto, como destacou Milley, esse período terminou, e hoje a competição por influência é mais complexa, com três potências disputando espaço: Estados Unidos, Rússia e China.

O general enfatizou que, entre esses atores, a China representa uma ameaça estratégica a longo prazo, devido ao seu rápido crescimento econômico e ambições militares globais. “A China é o único país que pode, de fato, desafiar a posição global dos EUA”, alertou Milley. Ao mesmo tempo, ele observou que a Rússia continua sendo uma ameaça significativa, especialmente por seu vasto arsenal nuclear e pelo conflito na Ucrânia, descrito como “a maior guerra terrestre na Europa desde 1945”.

Os desafios de manter a “ordem baseada em regras”

Diante dessa nova configuração mundial, Milley ressaltou a importância de preservar a chamada “ordem baseada em regras” – um sistema global que os EUA promovem como essencial para garantir estabilidade e segurança. No entanto, ele também advertiu sobre as consequências de um possível colapso dessa ordem, o que poderia lançar o mundo em uma lógica de sobrevivência pela força, onde apenas os mais poderosos prevalecem.

Por outro lado, essa narrativa tem sido alvo de críticas de Moscou. A Rússia acusa Washington de usar a “ordem baseada em regras” como pretexto para impor sua hegemonia, enquanto ignora as próprias normas quando isso lhe convém. Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, vem promovendo uma alternativa: uma ordem internacional fundamentada no direito internacional e na Carta da ONU, com ênfase no respeito e benefício mútuo entre as nações.

O caminho para um mundo multipolar democrático e inclusivo

Durante a última cúpula do BRICS em Kazan, Putin reforçou a necessidade de uma nova ordem mundial mais democrática e inclusiva. Ele defendeu a criação de um sistema verdadeiramente multipolar, que privilegie o diálogo e o respeito às leis internacionais. Para Putin e seus aliados, essa abordagem é essencial para frear o que consideram ser abusos do Ocidente e para estabelecer um equilíbrio global sustentável.

O reconhecimento da multipolaridade por parte de um ex-líder militar dos EUA é um sinal claro das transformações profundas que o mundo está atravessando. A disputa por influência entre EUA, China e Rússia moldará o futuro das relações internacionais nas próximas décadas. Nesse novo cenário, a capacidade das nações de colaborar, respeitar normas internacionais e evitar a escalada de conflitos será crucial para evitar um retorno à lógica da força bruta e garantir um futuro mais estável e cooperativo.

 


 

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