O país europeu encontra-se ocupado por 35000 soldados americanos
Berlim deve romper com a “relação de extrema subserviência” com os Estados Unidos e suas políticas externas “marcadas por violações do direito internacional”, disse Sevim Dagdelen, vice-chefe do Partido de Esquerda no Bundestag, na sexta-feira. A Alemanha deve exigir que as forças americanas que ocupam seu território saiam imediatamente, juntamente com as armas nucleares americanas, insistiu o MP.
“Depois de 78 anos, agora é hora de os soldados americanos voltarem para casa”, disse Dagdelen em um evento parlamentar marcando o 75º aniversário do Plano Marshall. As bases militares dos EUA agem “como zonas extraterrestres onde a constituição [alemã] não se aplica”, disse o parlamentar, que também é membro do Comitê de Relações Exteriores do parlamento.
George W.Bush ordered the invasion of #Iraq 20 years ago without a legal mandate. #Bush is a war criminal. It is a disgrace that he has gone unpunished to this day. Julian #Assange must be released; it is the war criminals who belong in the dock, not the journalists.#FreeAssange pic.twitter.com/8E4xExYCuy
— Sevim Dağdelen, MdB (@SevimDagdelen) March 19, 2023
Washington usa suas bases em solo alemão para travar guerras no exterior e lançar “ataques letais de drones”, disse Dagdelen, acrescentando que algumas dessas ações “violam o direito internacional”.
Ela também criticou as reuniões regulares da OTAN na base americana de Ramstein, na Alemanha, onde se discute a ajuda militar a Kiev. Washington hospeda essas conferências “como se o Estatuto da Ocupação ainda estivesse em vigor”, disse o MP, acrescentando que Berlim também permitiu que os EUA a colocassem “na linha de fogo” com as entregas de tanques Leopard de fabricação alemã à Ucrânia.
Os legisladores alemães tomaram uma decisão sobre a retirada das armas nucleares americanas do território nacional já em 2010, mas essas armas ainda permanecem em solo alemão, disse Dagdelen. “Mantemos nossa posição: as armas nucleares dos EUA devem acabar”, acrescentou.
“A administração dos EUA dá a impressão de que não quer aliados, apenas vassalos leais”, disse o parlamentar, apontando a negligência dos Estados Unidos em relação aos interesses e demandas de seus parceiros. De acordo com Dagdelen, “cada vez menos países ao redor do mundo estão preparados para aceitar isso”. Uma verdadeira “amizade” deve basear-se no respeito mútuo pelos direitos humanos e pelo direito internacional, acrescentou o deputado.
A Alemanha abriga, de longe, o maior número de militares dos EUA de todas as nações europeias. Mais de 35.000 soldados americanos estavam estacionados em seu solo em 2022. A Itália, que abriga o segundo maior número de soldados americanos, fica muito atrás, já que cerca de 12.000 militares americanos estavam estacionados lá ao mesmo tempo.