Tropas russas avançam sobre Kiev na véspera de negociação com Ucrânia

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Soldados russos avançam rapidamente há dias a partir da região ao norte e nordeste da capital ucraniana

Tropas russas chegaram aos arredores de Kiev nesta quarta-feira, véspera da primeira negociação de alto escalão entre os dois países desde a invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Os soldados russos avançam rapidamente há dias a partir da região ao norte e nordeste da capital ucraniana. As colunas de blindados russos, que há cinco dias encontravam-se centenas de quilômetros a nordeste de Kiev, estavam hoje a cerca de 15 quilômetros, perto de Brovary.

Soldados ucranianos relataram à AFP combates em Rusaniv, 30 quilômetros a leste de Brovary. Em Mariupol, porto estratégico no sudeste da Ucrânia, 17 adultos ficaram feridos em um bombardeio russo a um hospital pediátrico, anunciou o funcionário regional Pavlo Kirilenko, sem citar vítimas.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, chamou esse ataque de “imoral”. A ONU pediu “o fim imediato dos ataques a instalações de saúde, hospitais, profissionais de saúde e ambulâncias”.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, discutirá com autoridades polonesas nesta quinta-feira como fornecer “assistência militar” à Ucrânia, segundo um representante do governo americano. Os Estados Unidos enviaram duas novas baterias antiaéreas Patriot para a Polônia, em linha com seu compromisso de defender o território dos países da Otan, informou uma autoridade do Pentágono nesta quarta-feira.

Progressos

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) contabilizou 2.155.271 refugiados que fugiram da guerra da Ucrânia, segundo dados divulgados hoje. São 143.959 refugiados a mais do que ontem.

Autoridades na zona de guerra e a ONU asseguram que esse fluxo irá aumentar. Várias tentativas de abrir corredores humanitários fracassaram desde o começo da guerra, mas um novo acordo foi alcançado na manha de hoje. Segundo a ONU, até 4 milhões de pessoas poderão abandonar o país por causa do conflito.

A porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, declarou que seu país vê progressos nas negociações com a Ucrânia. “Paralelamente à operação militar especial (nome dado pelas autoridades de Moscou à entrada de tropas russas na Ucrânia) também acontecem negociações com a parte ucraniana para acabar o quanto antes com o banho de sangue sem sentido e a resistência das Forças Armadas ucranianas (…) alguns progressos foram feitos”, afirmou.

Os objetivos da Rússia “não incluem a ocupação da Ucrânia, a destruição de seu Estado ou derrubar o governo atual”, declarou Maria em entrevista coletiva. Ela reiterou ainda que a ação não tem como alvo a população civil.

Acordos

Discussões estão marcadas para amanhã na localidade turca de Antália entre o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e seu par ucraniano, Dmitro Kuleba. Já o presidente russo, Vladimir Putin, e o chefe de governo alemão, Olaf Scholz conversaram hoje sobre os “esforços diplomáticos” e corredores humanitários, informou o Kremlin.

Os bombardeios, no entanto, continuam. Em Severodonetsk, 10 pessoas foram mortas nesses ataques, segundo uma autoridade regional. E nove morreram em Yitomir, a oeste de Kiev.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou hoje que “não tem grande impacto sobre a segurança” a desconexão elétrica na central ucraniana de Chernobyl, onde ocorreu em 1986 um dos maiores acidentes nucleares do planeta.

A operadora ucraniana Ukrenergo informou hoje que o fornecimento de energia para a usina de Chernobyl e seus equipamentos de segurança estava “totalmente” cortado, devido às ações militares russas. “Não há possibilidade de restabelecer as linhas”, já que a ofensiva está em andamento, disse a operadora ucraniana.

Voz do Pará com informações da AFP

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