Vitória de Trump desencadeia incertezas para o futuro geopolítico global e aprofunda crises em áreas como Ucrânia e Oriente Médio.
O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, conhecido por suas políticas disruptivas, promete impactar profundamente a geopolítica mundial. Em um cenário marcado por conflitos em múltiplas frentes, como a guerra na Ucrânia e a crise no Oriente Médio, a vitória de Trump representa um verdadeiro “terremoto político”. Especialistas alertam que essa nova fase, que já está sendo chamada de “Trump 2.0”, poderá mudar as relações internacionais de forma irreversível, especialmente para a Europa e o Sul Global.
A eleição que dividiu a América: fraude, incertezas e o papel da mídia
A recente eleição americana foi marcada por alegações de fraude, algo que se tornou um tema central desde 2020. Trump, desta vez, conquistou os estados-chave, incluindo a Pensilvânia, garantindo sua vitória de maneira contundente. No entanto, as divisões dentro dos Estados Unidos ficaram ainda mais acentuadas, com a mídia americana retratando uma verdadeira batalha entre narrativas opostas. Enquanto a CNN demonstrava um clima quase fúnebre, a Fox News celebrava uma vitória esmagadora.
O resultado dessa eleição também trouxe à tona o fracasso da vice-presidente Kamala Harris, que não conseguiu mobilizar o eleitorado. Sua campanha foi amplamente criticada por ser “a mais fraca da história americana”, com um desempenho abaixo do esperado em praticamente todos os condados do país.
Europa à deriva: a crise no continente e a ascensão dos BRICS
A reeleição de Trump também trará consequências diretas para a Europa, que terá que arcar sozinha com o peso da guerra na Ucrânia. Com o provável corte de financiamento americano, o fardo econômico recairá sobre países como Alemanha e França, já altamente endividados. “A Europa está prestes a ser jogada para a margem da história”, afirmou Sergei Karaganov, um influente teórico russo, durante o Fórum de Valdai em Sochi.
O fortalecimento dos BRICS é visto como uma resposta direta ao declínio da hegemonia ocidental. O grupo tem se expandido e se consolidado como uma alternativa ao sistema financeiro liderado pelos EUA. Com a vitória de Trump, a pressão sobre países que buscam escapar do domínio do dólar pode aumentar, mas o movimento dos BRICS representa um novo laboratório de relações internacionais.
Oriente Médio em ebulição: o papel de Israel e a resistência no oeste da Ásia
No Oriente Médio, o conflito entre Israel e o eixo da resistência (Irã, Hezbollah e Síria) poderá se intensificar. A administração Trump é conhecida por seu apoio incondicional a Israel, como demonstrado pelo assassinato do general iraniano Qassem Soleimani em 2020. Com o retorno de Trump, a política externa dos EUA pode se tornar ainda mais agressiva na região, ampliando os conflitos e exacerbando a instabilidade.
A situação em Gaza é um reflexo da brutalidade crescente no conflito. A guerra promovida por Israel contra os palestinos gerou revolta em diversas partes do mundo, especialmente no Sul Global, que enxerga no genocídio um ataque aos direitos humanos. A retórica beligerante de Trump em relação ao Irã pode agravar ainda mais as tensões, levando a uma possível escalada militar.
O futuro da administração Trump: promessas de mudanças ou mais do mesmo?
Os próximos meses serão decisivos para entender como a nova administração Trump vai atuar. Nomes como Mike Pompeo, conhecido por sua postura agressiva contra países como China e Irã, estão sendo cotados para posições de destaque no novo governo. As expectativas são de que a política externa americana se torne ainda mais polarizadora, com um foco maior na imposição de sanções econômicas e no fortalecimento das alianças estratégicas com Israel.
Para os analistas, a grande questão é se Trump será capaz de reestruturar o Estado Profundo (Deep State) e consolidar um novo modelo de governança. Seu discurso de campanha prometeu “Fazer a América grande novamente”, mas a tarefa de unificar um país profundamente dividido será monumental.