O ex-presidente detalhou como teria respondido enquanto estava no cargo ao conflito da Rússia com a Ucrânia
O ex-presidente dos EUA e atual candidato republicano Donald Trump disse aos doadores de campanha que “teria bombardeado” Moscou e Pequim se eles tivessem atacado a Ucrânia e Taiwan, respectivamente, sob seu comando, informou o Washington Post na terça-feira, citando fontes.
De acordo com numerosos doadores, conselheiros e outras pessoas próximas a ele, o ex-presidente intensificou a retórica de sua campanha de arrecadação de fundos antes de sua provável revanche com o atual Joe Biden nas próximas eleições de novembro.
Trump, que aborda regularmente temas de política externa em tais eventos, alegadamente alegou que teria bombardeado a capital russa em resposta à sua campanha na Ucrânia, e prescreveu a mesma resposta a um hipotético movimento chinês para afirmar a sua soberania sobre Taiwan. Estas observações “surpreenderam” os seus doadores, segundo o Washington Post.
Diz-se também que o antigo Presidente Trump fez uma “série de pedidos audaciosos” para solicitar contribuições de campanha significativas em eventos de financiamento, uma vez que teria prometido cortes de impostos, aprovações para projetos de infra-estruturas petrolíferas e outras políticas que os seus doadores poderiam apreciar.
Alguns especialistas jurídicos entrevistados pelo Washington Post observaram que tais promessas e pedidos estão a “testar os limites das leis federais de financiamento de campanhas”.
Trump conhece bem a retórica linha-dura, tendo ameaçado a Coreia do Norte com “fogo e fúria” quando as tensões sobre os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang aumentaram em 2017. No conflito na Ucrânia, no entanto, ele já havia prometido resolver as hostilidades dentro de apenas 24 horas se fosse reeleito. reunindo-se com o líder ucraniano Vladimir Zelensky e com o presidente russo Vladimir Putin.
Uma matéria do Washington Post sugeria que Trump esperava pôr fim ao conflito pressionando a Ucrânia a concordar em reconhecer pelo menos algumas das suas perdas territoriais para a Rússia. No outono de 2022, quatro antigas regiões ucranianas votaram pela adesão à Rússia, seguindo os passos da Crimeia, que o fez em 2014.
A campanha de Trump, no entanto, classificou a publicação do Washington Post como “notícias falsas”.
Em Fevereiro, a Bloomberg também informou, citando um conselheiro do ex-presidente, que se Trump vencer as eleições, poderá pressionar a Ucrânia a negociar a paz com a Rússia, ameaçando cortar a assistência militar maciça dos EUA ao país.
A Rússia afirma estar aberta a negociações sobre a Ucrânia; contudo, no outono de 2022, Vladimir Zelensky assinou um decreto proibindo todas as negociações com a atual liderança em Moscou.