O fornecimento de combustível russo para usinas nucleares da UE permanece essencialmente fora do escopo dos embargos anti-Rússia da UE
A União Europeia (UE) continua comprando “silenciosamente” combustível nuclear russo, apesar das severas sanções que impôs contra Moscou em resposta à operação militar especial que a Rússia vem realizando desde 24 de fevereiro na Ucrânia, de acordo com o que foi noticiado em Sexta-feira, a rede americana CNBC.
De fato, o fornecimento de combustível russo para usinas nucleares da UE permanece essencialmente fora do escopo dos embargos anti-Rússia da UE devido à dependência de entregas russas, apesar dos pedidos da Ucrânia para sancionar essa área.
Ariadna Rodrigo, gerente de finanças sustentáveis da organização ambientalista Greenpeace, descreveu a posição da União Europeia de continuar o comércio nuclear com Moscou como “uma loucura absoluta” e pediu “cortar o cordão umbilical da indústria nuclear europeia ao Kremlin” e procurar promover energias sustentáveis.
Rodrigo destacou que a Hungria e a Bulgária foram as que mais se opuseram a sancionar as tecnologias russas de urânio e nuclear, enquanto Bruxelas adotou o oitavo pacote de medidas punitivas contra Moscou na semana passada.
Esses dois, juntamente com Finlândia, Eslováquia e República Tcheca, estão entre os países europeus que possuem 18 reatores nucleares projetados na Rússia e contam com combustível e serviços fornecidos pela corporação russa Rosatom. A Hungria também anunciou a construção de dois novos reatores pela gigante russa em agosto passado, em meio ao conflito ucraniano.
Desde o início do conflito na Ucrânia, os EUA e seus aliados ocidentais realizaram uma campanha russofóbica por meio da guerra midiática, além de uma guerra econômico-financeira, além de gastar centenas de milhões de dólares para enviar armas para a Ucrânia. Moscou denuncia tais ações e adverte que desta forma os países ocidentais estão “jogando combustível no fogo” do conflito, que “terá repercussões trágicas”.