Operação mira também Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres e Valdemar Costa Neto. São 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva
247 – Nesta quinta-feira (8), a Polícia Federal efetuou a prisão de Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), em uma operação que tem como alvo principal figuras como Braga Netto, Augusto Heleno, Valdemar Costa Neto e outros. A prisão de Câmara foi confirmada a Andréia Sadi, do g1, pelo seu advogado, Eduardo Kuntz, e faz parte da Operação Tempus Veritatis.
Segundo informações divulgadas pela Polícia Federal, a Operação Tempus Veritatis visa desmantelar uma organização criminosa que teria agido na tentativa de golpe de Estado e na abolição do Estado Democrático de Direito em 8 de janeiro de 2023, visando obter vantagens políticas com a permanência de Bolsonaro no poder.
Ao todo, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Essas medidas incluem a proibição de contato com os demais investigados, a proibição de saída do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas, e a suspensão do exercício de funções públicas.
A operação está em andamento nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Nota da Polícia Federal – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.