Tragédia em Santa Catarina: assassino da creche perguntou quantas pessoas tinha matado

Leia mais

Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Três crianças com menos de dois anos também morreram atingidas por golpes a faca

A Prefeitura de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, divulgou os nomes da professora e da agente educativa que foram assassinadas durante o ataque à creche Aquarela, na manhã desta terça-feira (4). Responsável pela tragédia,  Fabiano Kippe, de 18 anos, ainda matou três crianças e depois cortou o próprio pescoço com a faca utilizada para matar suas vítimas.

“Ele estava sangrando bastante, mas permaneceu consciente. Perguntava quantas pessoas tinha matado. E dizia que queria morrer”, diz o soldado Raphael Blazech, do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina.

Keli Aniecevski tinha 30 anos e era professora na escola. Ela foi a primeira a ser atacada pelo jovem de 18 anos. Foi ela quem tentou evitar que o jovem chegasse às salas onde estavam as crianças. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

“Ela era uma pessoa alegre, sempre disposta, simpática, carismática sempre, ajudando o próximo quando ela podia. Então, assim, é uma tristeza que eu não sei explicar, eu não tenho explicação para isso”, disse Silvane Elfel, prima da professora.

Mirla Renner, de 20 anos, é a agente educativa que estava com as quatro crianças em uma das salas onde o rapaz entrou e acabou matando duas crianças e ferindo a agente e mais duas crianças. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. As identidades das crianças que morreram não estão sendo informadas para preservar as famílias.  

O município de Saudades tem pouco mais de 10 mil habitantes, com índice de criminalidade quase zero. Revoltados com a ação do assassino,  moradores da cidade de Pinhalzinho, para onde ele foi levado, foram para a porta do hospital e ameaçaram invadir a unidade. A polícia foi acionada e controlou a situação.

“O hospital teve que ser protegido. Equipes do grupo tático da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil estão posicionados na entrada do hospita”, disse Silvio Mocelin, diretor administrativo do hospital.

Ataque

Segundo o delegado da Polícia Civil, Jerônimo Marçal Ferreira, o autor do crime, sem histórico criminal, foi até a creche Pró-Infância Aquarela, no centro da cidade, de bicicleta, por volta das 10h. Ao entrar na creche, ele começou a atacar uma professora de 30 anos que, mesmo ferida, correu para uma sala onde estavam quatro crianças e uma funcionária da escola, na tentativa de alertar sobre o perigo.

O rapaz, então, teria atacado as crianças que estavam na sala e a funcionária da escola. Duas meninas de menos de dois anos e a professora morreram no local. Outra criança e a funcionária morreram no hospital. As vítimas não haviam sido identificadas até a publicação desta matéria.

O Corpo de Bombeiros confirmou que ao chegar ao local, o jovem já havia sido contido por populares. Ele tinha um ferimento profundo no pescoço e perguntava sobre quantas vítimas teria conseguido atingir. Em um primeiro momento, foi dada a informação de que o agressor era um jovem adolescente.

Segundo o Delegado Regional Ricardo Casagrande, equipes de pelo menos quatro municípios estão envolvidas na investigação. Um mandado de busca e apreensão foi expedido para fazer buscas na residência do jovem.

Uma perícia estava sendo realizada no local e na casa do suspeito no início da tarde. Ele foi levado em estado grave ao Hospital de Pinhalzinho e será transferido para Chapecó sob forte escolta policial. O município de Saudades tem cerca de 10 mil habitantes, com índice de criminalidade quase zero.

Terror

A secretária municipal de Educação, Gisela Hermann, descreve cenas de terror na creche.

“Chegamos lá, uma cena de terror. Consegui entrar na escola. Tinha um cara deitado no chão, mas ainda vivo, uma professora morta, uma criança morta também. A sala estava fechada, não deixaram a gente entrar.

A governadora do estado, Daniela Reinehr, decretou luto oficial de três dias.

“Manifesto profunda tristeza e presto minha solidariedade. Determinei que o Governo dê todo o amparo necessário às famílias”, escreveu a governadora em uma rede social.

VOZ DO PARÁ: Essencial todo dia!

- Publicidade -spot_img

More articles

- Publicidade -spot_img

Últimas notíciais