Como socorrer o Brasil que tem fome

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Quase 120 milhões de brasileiros não se alimentam adequadamente. Oferta de produtos como arroz e feijão foi apertada pelas commodities. Auxílios sociais são cruciais, mas também planejamento para ampliar a safra local de alimentos nutritivos

O tamanho do problema é gigantesco: mais da metade da população passa fome, come menos do que deveria ou come com péssima qualidade nutricional. Isto envolve 117 milhões de pessoas, sendo que 19,1 milhões dentre elas passam fome, 43,4 milhões comem quantidades menores do que necessitam e 54,3 milhões restantes comem muito mal do ponto de vista nutricional. Sem tentar ir muito longe nesta apresentação, deve-se ter claro que esta é a parcela da população que tem problemas de segurança alimentar e nutricional devido à baixa renda. Há ainda uma outra parcela que não tem problemas para comprar alimentos, mas que se alimenta mal por razões culturais. De toda forma, o resultado deste superproblema de segurança alimentar é uma saúde precária e uma enorme quantidade de enfermidades devidas ao excesso de certos produtos (açúcar, sal, gorduras saturadas, aditivos químicos, transgênicos, outros) ou pela falta de outros fundamentais (fibras, vitaminas, sais minerais, calorias e proteínas). Esta combinação de má qualidade na alimentação com pobreza redunda, entre outras coisas, na “epidemia” de obesidade que acomete inclusive muitos que são subnutridos. A obesidade também ocorre em grandes proporções entre os mais ricos, neste caso estritamente por problemas culturais, obviamente. Doenças derivadas do tipo de alimentação e do estilo de vida, tais como as cardíacas e a diabetes afetam dezenas de milhões de pessoas e são responsáveis por despesas com saúde, aposentadorias precoces e óbitos.

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