Itália apodrece com tolerância a eventos nazistas em Roma (VÍDEO)

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Centenas de ativistas neofascistas realizaram saudações nazistas durante uma cerimônia em Roma, provocando indignação em todo o país

Na noite de domingo (7), pessoas reuniram-se em frente à antiga sede do agora extinto partido Movimento Social Italiano (MSI) para comemorar o 46º aniversário da morte de três ativistas adolescentes.

Os facistas vestidos de preto estenderam a mão direita e gritaram “presente” três vezes. Eles então gritaram “Por todos os camaradas caídos!”

Conhecido localmente como saudação romana, o gesto está intimamente associado ao regime fascista de Benito Mussolini, que alinhou a Itália com a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

“A saudação romana é um insulto e um ultraje inaceitáveis, especialmente para a memória de todas as vítimas do nazi-fascismo”, escreveu Victor Fadlun, presidente da comunidade judaica de Roma, no X (antigo Twitter).

Para nós – os judeus em Roma – esse gesto, devido ao seu valor simbólico, é como esfregar sal nas nossas feridas”, acrescentou Fadlun. “É um absurdo acreditar que possa ser uma homenagem apropriada.

A cerimônia foi rapidamente condenada por vários políticos, com o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sergio Costa, a prometer solicitar ao Ministério Público que verificasse se “foram cometidos quaisquer crimes durante a comemoração, incluindo a defesa do fascismo”.

Os partidos da oposição também exigiram que a primeira-ministra Giorgia Meloni denunciasse publicamente o incidente. Meloni tem sido perseguida por acusações de simpatia pela extrema-direita, dado que o seu partido – Irmãos de Itália (FdI) – foi co-fundado por um grupo que foi o sucessor do MSI. Meloni negou qualquer ligação com o fascismo.

Fabio Rampelli, vice-presidente da Câmara dos Deputados e membro sênior do FdI, disse que seu partido está “a anos-luz de distância” dos ativistas de extrema direita. “O FdI não tem nada a ver com isso, não participamos desse tipo de manifestação”, disse Rampelli, segundo a agência de notícias ANSA.

O vice-primeiro-ministro Antonio Tajani disse que as demonstrações da saudação fascista devem ser “condenadas por todos” e que “de acordo com a lei, não se pode pedir desculpas pelo fascismo no nosso país”.

A manifestação marcou o aniversário dos chamados assassinatos de Acca Larentia, quando dois jovens membros de uma milícia neofascista foram emboscados e mortos por um grupo de esquerda em 1978. O assassinato gerou confrontos com a polícia, o que levou à morte de um terceiro ativista neofascista.

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