As 14 primeiras são capitais com mais índices de violência na lista são de estados do Norte e do Nordeste
Macapá tem a maior taxa de mortes violentas intencionais (MVI) entre as capitais brasileiras, de acordo com a 16ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (28).
Segundo o documento, a capital do Amapá registrou taxa média de 63,2 mortes violentas por 100 mil habitantes no ano passado.
Entre todos os municípios, conforme o anuário, São João do Jaguaribe (CE) é apontada a cidade mais violenta do país, com taxa média de 224 mortes violentas por 100 mil habitantes.
O documento aponta que a violência cresceu 31,2% em Macapá, já que em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, o MVI era de 48,2.
Na média geral entre as capitais, segundo o anuário, houve queda de 7,9% no índice de 2020 para o ano passado. Seis das 27 unidades da Federação tiveram alta no índice
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a categoria mortes violentas intencionais corresponde à soma das vítimas de homicídio doloso (incluindo os feminicídios), latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora (em alguns casos, contabilizadas dentro dos homicídios dolosos).
A categoria MVI representa o total de vítimas de mortes violentas com intencionalidade definida de determinado território.
No caso da capital do Amapá, dos itens analisados, só lesão corporal seguida de morte registrou queda nos dois anos comparados, em números absolutos, de 13 para 9 ocorrências. Os demais todos cresceram. No caso de latrocínios, o roubo seguido de morte, a alta foi de 350%, passando de 4 para 18 registros.
As 14 primeiras são capitais com mais índices de violência na lista são de estados do Norte e do Nordeste.
A maior redução na variação (-48%) foi registrada por Rio Branco. A capital do Acre teve queda de 44,5 mortes violentas por mil habitantes em 2020 para 23,1.
São Paulo foi a capital com menor média no índice, com 7,7 mortes violentas por 100 mil habitantes em 2021, contra 9,5 no ano anterior e variação de -19,1%.
Na outra ponta do ranking de homicídios entre as capitais, Manaus teve a maior variação, com 58,7%, passando de 29,6 para cada 100 mil habitantes para 47.
Nos casos de feminicídio, Palmas é a capital com maior taxa, de 4,3 mortes por 100 mil habitantes. A menor é a de Fortaleza, com 0,3.
A média de todas as capitais do Brasil, no ano passado, ficou em 17,5 a cada 100 mil habitantes. Também no geral, a variação foi de -7,7% nos homicídios dolosos entre as capitais.
MORTES VIOLENTAS NAS CAPITAIS
Capital e Distrito Federal | Taxa em 2020 | Taxa em 2021 | Variação |
1. Macapá (AP) | 48,2 | 63,2 | 31,2 |
2. Salvador (BA) | 53,8 | 55,6 | 3,40 |
3. Manaus (AM) | 35,3 | 52,5 | 48,9 |
4. Teresina (PI) | 33,8 | 37,0 | 9,50 |
5. Boa Vista (RR) | 31,7 | 34,8 | 9,90 |
6. Fortaleza (CE) | 48,5 | 34,3 | -29,3 |
7. Recife (PE) | 33,4 | 33,1 | -1,20 |
8. Porto Velho (RO) | 29,9 | 32,4 | 8,60 |
9. Maceió (AL) | 36,1 | 29,8 | -17,5 |
10. Aracaju (SE) | 37,0 | 29,4 | -20,4 |
11. João Pessoa (PB) | 29,4 | 28,1 | -4,30 |
12. Natal (RN) | 27,5 | 24,0 | -12,9 |
13. Rio Branco (AC) | 44,5 | 23,1 | -48,0 |
14. São Luís (MA) | 25,2 | 22,8 | -9,90 |
15. Palmas (TO) | 33,6 | 22,3 | -33,6 |
16. Belém (PA) | 25,6 | 22,3 | -12,9 |
17. Vitória (ES) | 21,6 | 21,1 | -2,20 |
18. Porto Alegre (RS) | 20,6 | 20,0 | -2,90 |
19. Rio de Janeiro (RJ) | 21,0 | 19,2 | -8,50 |
20. Curitiba (PR) | 17,8 | 16,7 | -6,50 |
21. Goiânia (GO) | 24,9 | 16,6 | -33,3 |
22. Campo Grande (MS) | 20,1 | 15,3 | -23,9 |
23. Distrito Federal | 13,9 | 11,2 | -19,4 |
24. Florianópolis | 16,1 | 10,8 | -32,7 |
25. Belo Horizonte | 13,6 | 10,8 | -20,7 |
26. Cuiabá | 17,5 | 10,6 | -39,4 |
27. São Paulo | 9,5 | 7,7 | -19,1 |
Total | 23,6 | 21,7 | -7,9 |
*Todas as informações são da Folha de São Paulo