Papa se encontra com Homem-Aranha na audiência Geral

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
No seu discurso, Francisco critica ‘novos pregadores’ que se apegam ao passado e se autointitulam ‘guardiães da verdade’.Pontífice recebe uma máscara do Homem-Aranha

O Homem-Aranha é realmente um super-herói bom. Trabalha como funcionário numa empresa aeroportuária, em Vado Ligure, mas depois coloca a máscara e o traje do Homem-Aranha e vai ficar ao lado das crianças internadas nos hospitais.

Na manhã da quarta-feira (23), na Audiência Geral com o papa Francisco no Pátio São Dâmaso, o Homem-Aranha não só entregou a máscara de super-herói como também “revelou” sua identidade, Mattia Villardita, 28 anos, e sua próxima missão: as repartições pediátricas do Hospital Agostino Gemelli onde irá com a banda musical da polícia Italiana por iniciativa da Inspetoria de Segurança Pública do Vaticano. “Mas os verdadeiros super-heróis são as crianças que sofrem e suas famílias que lutam com tanta esperança”, disse Mattia.

“Eu me visto de Homem-Aranha para tirar um sorriso das crianças que estão no hospital: eu faço isso porque tenho uma doença congênita. Durante 19 anos eu entrava e saia do Hospital Gaslini, em Gênova, e eu teria gostado muito, quando estiva lá, sozinho, no meu leito, ver o Homem-Aranha entrar pela janela do meu quarto…”, disse ele. É assim que se torna Homem-Aranha, “com seu coração”. Não há “um curso para super-herói” mesmo que Mattia tenha criado a associação Super-herói nas enfermarias: “Somos um grupo de jovens envolvidos no trabalho voluntário que, vestidos de ‘heróis’, levamos momentos de distração nas alas pediátricas dos hospitais”. “Eu usei pela primeira vez esta máscara 4 anos atrás, no Natal: tinha que entregar um computador no Hospital São Paulo de Imperia e inventei algo que pudesse divertir as crianças que estavam vivendo o que eu também tinha vivido”.

Missões do Homem-Aranha

Mattia Villardita no seu trabalhoMattia Villardita no seu trabalho

O Homem-Aranha também realizou suas proezas no período de lockdown: “Fiz mais de 1.400 chamadas de vídeo, já que não podia ir pessoalmente”, disse ele. Mattia acompanha as crianças através do contato contínuo com seus pais até mesmo quando elas voltam para casa: “Organizamos festas surpresa ou simplesmente a entrega de uma pizza”, frisou. No ano passado, o presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, concedeu-lhe a Honra de Mérito por “altruísmo e iniciativas fantasiosas com as quais ele contribui para aliviar o sofrimento dos pacientes jovens dos hospitalares”. Poderia ser a definição perfeita de um super-herói, “alguém que tenta tornar o mundo melhor do que o encontrou”.

Na tarde desta quarta-feira (23), no Hospital Gemelli, o Homem-Aranha também encontrará a comunidade de pessoas afetadas por fibromialgia, uma doença “desconhecida” que afeta 2 milhões de pessoas na Itália, e das pessoas que as assistem tanto do ponto de vista sanitário quanto pastoral.

Esta manhã, com afeto, Francisco encorajou um grupo de doentes e médicos do Hospital Gemelli, acompanhados por padre Carlo Abbate que acompanha, através da Pastoral da Saúde da Diocese de Roma, esta obra de apoio e conscientização.

Contra novos pregadores

O papa criticou nesta quarta-feira no Vaticano os “novos pregadores” que se apegam ao passado e se apresentam como “guardiães da verdade” do Cristianismo.

“Ainda hoje, não faltam pregadores que, especialmente através dos novos meios de comunicação, podem perturbar as comunidades”, advertiu Francisco, na audiência pública semanal que decorreu no Pátio de São Dâmaso, ao ar livre.

Partindo de um dos livros do Novo Testamento, a Carta de São Paulo aos Gálatas, o papa criticou quem se apresenta “não para anunciar o Evangelho de Deus que ama o homem em Jesus Crucificado e Ressuscitado, mas para reiterar com insistência, como verdadeiros ‘guardiães da verdade’, como se autodenominam, qual é a melhor maneira de ser cristão”.

“Afirmam energicamente que o verdadeiro cristianismo é aquele a que estão ligados, frequentemente identificado com certas formas do passado, e que a solução para as crises de hoje é voltar atrás para não perder a genuinidade da fé”, apontou.

Francisco recordou que o próprio São Paulo teve de enfrentar quem se apresentava como “único possuidor da verdade” e o caluniava, defendendo práticas que tinham sido “ultrapassadas pelo Evangelho”.

“Também hoje, como outrora, existe a tentação de se fechar em algumas certezas adquiridas em tradições passadas”, apontou.

O papa disse que estes pregadores se reconhecem pela “rigidez” e sustentou que, no Cristianismo, o anúncio da fé “se realiza através da humildade e da fraternidade”.

“O caminho da evangelização nem sempre depende da nossa vontade e dos nossos projetos, mas requer disponibilidade para nos deixarmos plasmar e seguir outros caminhos que não estavam previstos”, acrescentou.

A intervenção evocou o trabalho de muitos missionários que, ainda hoje, deixam a sua pátria e replicam o modelo de construção de “pequenas comunidades” seguido por São Paulo.

Presenças

No final do encontro, Francisco deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa.

“Lembrem-se sempre de que o anúncio do Evangelho se faz com humildade e fraternidade, não impondo, mas indicando o caminho a seguir”, concluiu.

Além disso, durante a audiência, o cardeal Aquilino Bocos Merino apresentou ao papa os autores e protagonistas do filme Claret, enquanto as Pequenas Irmãs de Jesus e as religiosas polonesas de Santa Maria Madalena da Penitência relançaram com Francisco o significado de seu carisma.

Entre os presentes estavam representantes do prêmio “Maria Grazia Cutuli”, que leva o nome da jornalista do Corriere della sera assassinada no Afeganistão em 2001. Por fim, com particular afeto, o papa saudou a “vovó Alba”, acompanhada de seu neto Valério, que com o entusiasmo de seus 95 anos venceu a Covid-19. Um testemunho que é um verdadeiro incentivo para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, celebrado em 25 de julho.(Vatican News)

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